Haddad adia anúncio de medidas fiscais e admite possível revisão do IOF se propostas avançarem no Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (2) que existe espaço para ajustar o decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), desde que as medidas fiscais estruturantes em debate no governo avancem no Congresso Nacional. No entanto, ele adiou o anúncio oficial dessas ações.

Anúncio depende de reunião com lideranças partidárias

Haddad explicou que as propostas só serão detalhadas após uma reunião com as lideranças partidárias do Congresso, marcada para domingo. Segundo ele, o objetivo é apresentar as medidas aos parlamentares antes de torná-las públicas, evitando surpresas e buscando apoio político para sua aprovação.

“Estamos tendo esse cuidado todo porque dependemos dos votos do Congresso Nacional, que precisa estar convencido de que esse é o caminho mais consistente do ponto de vista macroeconômico”, declarou o ministro, sem antecipar o conteúdo das medidas.

Alinhamento entre Executivo e Legislativo

As declarações foram feitas após uma reunião no Palácio da Alvorada, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além de outros membros do governo.

Haddad destacou que houve um “alinhamento muito grande” entre os Poderes sobre a agenda fiscal.

“O acordo é apresentar as medidas e, em caso de aprovação, de reconhecimento da justiça das medidas — que me parecem ser inequívocas —, eu tenho espaço para uma calibragem do decreto do IOF”, afirmou.

Urgência para medidas com efeito em 2025

Segundo Haddad, parte das propostas precisa ser definida com rapidez, especialmente aquelas com impacto sobre as contas públicas já em 2025. Outras ações, com efeitos previstos a partir de 2026, permitem maior prazo de negociação.

Apoio do Congresso é considerado essencial

Durante a coletiva, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçou que há sintonia entre o Legislativo e o governo na busca por uma solução fiscal estruturante para o país.

Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que não há espaço para conflito entre os Poderes e defendeu que a revisão do decreto do IOF só deve ocorrer após uma discussão mais ampla sobre a agenda econômica.

IOF segue como ponto de tensão política

O governo anunciou no final de maio o aumento das alíquotas do IOF sobre operações de câmbio, crédito e previdência privada. A medida provocou forte reação política, chegou a ser parcialmente revertida, mas ainda enfrenta resistência.

Com isso, a equipe econômica avalia alternativas para reduzir a tensão e garantir equilíbrio fiscal com apoio do Congresso.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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