Em Paris, Marina dialoga sobre COP30 e Balanço Ético Global com pesquisadores franceses

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, se reuniu na quinta-feira (5/6) com pesquisadores franceses para dialogar sobre a COP30, Conferência do Clima da ONU que ocorrerá em novembro em Belém (PA), e o Balanço Ético Global. O encontro, realizado na Universidade Sciences Po, em Paris, se deu paralelamente à visita de Estado do presidente Lula à França.

A reunião aconteceu no formato de uma conversa exploratória entre a ministra e os pesquisadores Pierre Charbonnier e Emmanuel Guerin. Reconhecido por seu trabalho sobre filosofia política do meio ambiente, Charbonnier é autor de obras que avaliam a dimensão ética da transição ecológica. Guerin é diretor de programas de clima e políticas públicas na Escola de Paris de Relações Internacionais da Sciences Po.

Marina Silva destacou que a COP30 deve ser a “COP da aceleração da implementação”. “Nos últimos dez anos, desde a assinatura do Acordo de Paris, definimos boa parte de suas bases metodológicas e regras. Agora, não há outro caminho que não implementar os acordos firmados na última década, sobretudo, as resoluções do Consenso dos Emirados Árabes Unidos, firmado por 196 países na COP28: triplicar energias renováveis, duplicar a eficiência energética, acabar com o desmatamento e, de forma justa e planejada, fazer a transição para o fim do uso de combustíveis fósseis e do desmatamento”, afirmou.

A ministra também colheu as perspectivas dos pesquisadores sobre o Balanço Ético Global, centro de um dos quatro círculos de liderança da COP30, voltados a estimular o debate sobre temas centrais para o combate à mudança do clima (saiba mais aqui). A iniciativa é liderada pelo presidente Lula e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, com o apoio da Presidência da COP30, dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e das Relações Exteriores (MRE) e do Conselheiro Especial do secretário-geral da ONU para Ação Climática e Transição Justa, Selwin Hart.

“Estamos diante de uma situação extremamente grave, em que só em função das ondas de calor se perde quase 500 mil vidas por ano, há prejuízos de trilhões de dólares pela destruição da infraestrutura, eliminação de áreas férteis necessárias à produção de alimentos e risco de desaparecimento em grande escala de espécies da biodiversidade terrestre e marinha”, pontuou a ministra em um de seus comentários. “A questão que se coloca agora é por que, diante de tudo isso, o mundo continua assistindo mais do que agindo, se omitindo mais do que se comprometendo, falando mais do que fazendo, como se estivesse acometido pela ‘síndrome do espectador’ aplicada à crise climática – uma espécie de síndrome do espectador climático. Na tentativa de ajudar a quebrar a inércia e a insuficiência das ações diante da crise climática, o presidente Lula e o Secretário-geral da ONU, António Guterres, estão propiciando a realização do Balanço Ético Global, com o objetivo de que a sociedade, do ponto de vista ético, avalie caminhos para frear o aumento da temperatura para além de 1,5ºC.”

Inspirado no processo do Balanço Global do Acordo de Paris, que avaliou, em 2023, os avanços e desafios para sua implementação, o Balanço Ético Global busca complementar as avaliações técnicas com uma investigação ética, política e civilizatória sobre a crise climática, baseada nas evidências científicas mais sólidas e recentes, produzidas pela academia tradicional e pelos saberes das populações indígenas e povos e comunidades tradicionais. A proposta tem o objetivo de fomentar uma análise coletiva sobre os rumos da humanidade frente à emergência do clima, promovendo espaços de escuta profunda e construção plural de soluções.

O Balanço Ético Global consistirá em até seis diálogos presenciais em diferentes regiões do mundo, que reunirão líderes religiosos, artistas, representantes de populações indígenas e povos e comunidades tradicionais, jovens, cientistas, empresários, mulheres, formuladores de políticas, negociadores de clima e ativistas. Os participantes serão selecionados para refletir a diversidade de identidades, geografias, setores e visões de mundo.

“A intenção é criar um espaço democrático, inclusivo e plural de reflexões sobre a mudança do clima”, explicou Marina. “É um chamado oficial, de cunho emergencial, para que as sociedades de todo o mundo participem de forma ativa na construção de respostas à emergência climática, que já impacta pessoas em todo o planeta. Os resultados devem dialogar com as negociações conduzidas pelos países signatários da Convenção do Clima, que se encontrarão em Belém no mês de novembro.”

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Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

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