Centro de Tecnologia impulsiona retomada da produção de algodão no Norte de Minas

Reinício promissor da cotonicultura em Catuti (MG)
O município de Catuti, localizado no Norte de Minas Gerais e com cerca de 4 mil habitantes, é hoje o epicentro de uma nova fase na produção de algodão da região. Nesta quarta-feira (28), autoridades e produtores participaram da inauguração do Centro de Difusão de Tecnologia Algodoeira de Catuti (Ceditac), uma moderna usina voltada ao processamento do algodão.
Dia de Campo reúne agricultores e destaca avanços tecnológicos
Junto à abertura do Ceditac, Catuti também sediou o Dia de Campo do Algodão — evento que contou com a presença de aproximadamente 300 participantes. A ação, promovida com o apoio do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), teve como foco o compartilhamento de tecnologias, debates sobre a cadeia produtiva e o fortalecimento da agricultura familiar.
Histórias de quem voltou a plantar
O produtor rural Custódio Martins é um exemplo do novo momento da cotonicultura na região. Agricultor desde a infância, ele comemora o retorno da lavoura de algodão em sua propriedade. “Aprendi com meu pai e cultivamos algodão desde sempre. Durante quase vinte anos tivemos que parar, mas agora, com novas tecnologias, acompanhamento técnico e parceiros, voltei a produzir”, afirma.
Superação de desafios e retomada da produção
Nos anos 1990, a produção de algodão no Norte de Minas sofreu um colapso devido a pragas como o bicudo-do-algodoeiro. Com a chegada do Proalminas, a atividade foi revitalizada por meio da introdução de tecnologias e incentivos. Dados da Fundação João Pinheiro revelam que, mesmo com a redução de quase 70% da área plantada entre 2011 e 2020, o rendimento médio aumentou em 500%.
“O Norte de Minas tem vocação para a cultura do algodão. Por isso, estamos retomando essa produção com investimentos do Proalminas, que fomentam emprego e renda”, destaca o secretário de Agricultura, Thales Fernandes.
Ceditac: tecnologia e estrutura a serviço do produtor
Com um investimento de R$ 2,4 milhões oriundos do Fundo Algominas, o Ceditac está em fase final de testes e deve alavancar ainda mais a produtividade na região. A estrutura conta com modernos equipamentos para armazenamento, descaroçamento e prensagem do algodão, além de espaços para capacitação de produtores e recepção de missões internacionais.
A planta terá capacidade para processar até quatro fardos de 200 quilos por hora, atendendo uma área estimada em 800 hectares. Para Feliciano Nogueira, superintendente de Inovação e Economia Agropecuária e coordenador do Proalminas, “o Ceditac será um divisor de águas para a agricultura familiar, aumentando a produção e a renda das famílias da região”.
Minas Gerais acompanha o crescimento nacional do setor
Em 2024, o Brasil superou os Estados Unidos e se tornou o maior produtor mundial de algodão. Minas Gerais acompanha esse crescimento com uma previsão de produção recorde para a safra 2024/2025: são estimadas 190,2 mil toneladas de algodão em caroço e 78 mil toneladas em pluma, segundo a Conab.
Além do volume, o estado se destaca pela qualidade da fibra — com comprimento, finura e resistência superiores à média nacional —, o que fortalece sua posição no competitivo mercado têxtil.
Investimentos consolidam a cadeia produtiva do algodão
Entre 2019 e 2024, o Governo de Minas investiu R$ 12,8 milhões no fortalecimento da cadeia do algodão, por meio do Proalminas e do Fundo Algominas. Os recursos foram direcionados para pesquisas, eventos técnicos, capacitações, controle de pragas e incentivo às boas práticas agrícolas, consolidando o estado como referência no setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio