Colheita da safrinha avança de forma lenta e pressiona preços do milho no Brasil

A colheita da segunda safra de milho teve início no Brasil, mas em ritmo mais lento do que o registrado no mesmo período do ano passado. Segundo levantamento da Safras & Mercado, até a semana passada apenas 0,6% da área plantada havia sido colhida, contra 4,3% no mesmo intervalo de 2023.
Esse atraso se deve principalmente às chuvas em diversas regiões produtoras, o que limitou o avanço das máquinas no campo. Por outro lado, esse cenário ajudou a sustentar as cotações em estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, onde a oferta mais restrita elevou os preços momentaneamente.
Pouca movimentação nas negociações
Com a colheita apenas começando, o mercado brasileiro de milho registrou baixa liquidez na semana. De acordo com a Safras Consultoria, os compradores mantiveram cautela, adquirindo apenas lotes pontuais, enquanto aguardam maior oferta com o avanço da safra.
Por outro lado, os produtores intensificaram a fixação de suas ofertas, o que contribuiu para um viés de baixa nas cotações.
Preços do milho recuam em várias regiões
O preço médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 64,92 no dia 12 de junho, representando queda de 1,81% em relação aos R$ 66,12 registrados na semana anterior.
Confira o desempenho regional:
- Cascavel (PR): R$ 62,00 – queda de 4,62% (antes R$ 65,00)
- Campinas (SP) – CIF: R$ 70,00 – estável
- Mogiana (SP): R$ 66,00 – estável
- Rondonópolis (MT): R$ 55,00 – queda de 1,79% (antes R$ 56,00)
- Erechim (RS): R$ 70,00 – alta de 1,45% (antes R$ 69,00)
- Uberlândia (MG): R$ 69,00 – alta de 1,47% (antes R$ 68,00)
- Rio Verde (GO): R$ 62,00 – queda expressiva de 11,43% (antes R$ 70,00)
USDA mantém produção e revisa estoques para baixo
No mercado internacional, os olhares estiveram voltados ao relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), divulgado nesta semana.
Principais dados da temporada 2025/26:
- Produção dos EUA: 15,82 bilhões de bushels (inalterada)
- Produtividade: 181 bushels por acre (sem mudança)
- Estoques finais: 1,75 bilhão de bushels (abaixo dos 1,8 bi anteriores e dos 1,792 bi esperados pelo mercado)
- Exportações: 2,675 bilhões de bushels (mantidas)
- Uso para etanol: 5,5 bilhões de bushels (inalterado)
Para a safra 2024/25, os estoques finais foram ajustados de 1,415 bilhão para 1,365 bilhão de bushels, abaixo também da expectativa do mercado (1,386 bilhão).
Safra global é ligeiramente revisada
- 2025/26:
- Produção mundial: 1.265,98 milhões de toneladas (antes: 1.264,98 mi t)
- Estoques finais: 275,24 milhões de toneladas (abaixo das 277,84 mi t de maio e das 278,9 mi t esperadas)
- 2024/25:
- Produção global: 1.223,33 milhões de toneladas (acima das 1.221,28 mi t de maio)
- Estoques finais: 285,04 milhões de toneladas (queda frente às 287,29 mi t de maio e às 288,1 mi t estimadas pelo mercado)
Expectativa é de maior pressão nos preços
Com a colheita ganhando ritmo nas próximas semanas, a tendência é de que os preços internos sigam pressionados, especialmente se o clima continuar favorecendo o avanço das máquinas no campo. A atuação dos consumidores seguirá limitada, enquanto os produtores aproveitam os preços ainda relativamente firmes para fixar novos volumes.
No mercado internacional, o foco permanece nos próximos ajustes do USDA e no comportamento da demanda global para etanol e exportações.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio