Discurso da Secretária-Executiva, Maria Helena Guarezi, no encerramento da 69a CSW

Como alertou a francesa Simone de Beauvoir, “Basta uma crise econômica, política e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”.
Em um cenário de ameaças e de violações aos direitos das mulheres, a partir de ideologias que tentam limitar nossa dignidade e existência, a Declaração e a Plataforma de Ação de Pequim é uma trincheira que NÃO ABANDONAREMOS por outra razão se não a de avançar. Avançar na igualdade, na pluralidade, na diversidade e na inclusão.
Neste sentido, a Declaração Política desta CSW é um documento que representa nossa resistência – a resistência da agenda feminista internacional.
O Brasil celebra a aprovação da Declaração e considera serem conquistas: a ampliação da linguagem de gênero e diversidade; a inclusão de referência à violência doméstica; além do parágrafo sobre os riscos e desafios que surgem do uso das tecnologias.
Lamentamos não termos alcançado consenso em um parágrafo específico sobre os direitos das mulheres e meninas afrodescendentes e o combate ao racismo.
Sentimos a ausência de menção à saúde e direitos sexuais e reprodutivos. Não podemos falar de igualdade sem abordar o direito das mulheres à saúde integral, como direito humano.
Em um contexto global desafiador, o Brasil reafirma seu compromisso com a democracia, sem deixar ninguém para trás, avançando na construção de um mundo igualitário e INCLUSIVO de todas as mulheres, reconhecendo direitos e a diversidade de demandas das mulheres e meninas indígenas, afrodescendentes, rurais, com deficiência, com HIV, migrantes, jovens, e das pessoas LBTQI+, dentre outras.
Rejeitamos retrocessos e vamos, passo a passo, fortalecer os direitos das mulheres e meninas, em toda a sua diversidade.
Muito obrigada.
Fonte: Ministério das Mulheres