Dólar recua com alívio em tarifas nos EUA e pressão contra alta do IOF no Brasil

Dólar em queda nesta quinta-feira (29)
O dólar opera em baixa nesta quinta-feira (29), caindo 0,44% e sendo negociado a R$ 5,6702 às 9h57. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,89%, fechando cotada a R$ 5,6951. Já o Ibovespa encerrou a quarta-feira com recuo de 0,47%, aos 138.888 pontos. A bolsa brasileira só iniciou os negócios nesta quinta após as 10h.
Fatores que influenciam o mercado
Dois acontecimentos principais influenciam o comportamento do mercado nesta manhã:
- Bloqueio das tarifas de Trump nos EUA: a Justiça americana suspendeu a maior parte das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump a mais de 180 países.
- Pressão contra aumento do IOF no Brasil: parlamentares se mobilizam para derrubar a medida do governo federal que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras.
Bloqueio do tarifaço de Trump anima investidores
Na noite de quarta-feira (28), o Tribunal do Comércio Internacional dos Estados Unidos decidiu bloquear, com efeito imediato, a maior parte das tarifas comerciais impostas por Trump desde janeiro. A decisão considera que o ex-presidente ultrapassou sua autoridade ao aplicar tarifas com base em uma lei de poderes emergenciais.
A medida é vista como positiva pelo mercado, já que a redução de tarifas pode ajudar a conter a inflação e evitar uma recessão global. Em reação, os futuros das bolsas americanas subiram e o dólar se fortaleceu globalmente.
Analistas do Banco Nacional do Kuwait destacaram que a decisão pode enfraquecer o poder de barganha de Trump nas negociações com parceiros comerciais.
Alta do IOF gera impasse no Congresso Nacional
No Brasil, a discussão gira em torno do aumento do IOF, anunciado na semana passada pelo governo federal como parte de um pacote que inclui o bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento, visando o cumprimento da meta fiscal.
Até o momento, já foram apresentados 22 Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) tentando derrubar a medida — 20 na Câmara dos Deputados e 2 no Senado.
Apesar da pressão política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revogação do aumento do imposto não está em discussão.
Na quarta-feira, Haddad se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para alertar que a derrubada do aumento pode exigir novos cortes no orçamento, já que a medida prevê arrecadar R$ 20 bilhões.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que o governo estuda alternativas. Já o presidente da Febraban, Isaac Sidney, declarou que o equilíbrio fiscal não deve ser alcançado por meio de aumentos de impostos regulatórios como o IOF.
Emprego formal em alta, mercado aguarda dados da Pnad Contínua
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta quinta os dados da Pnad Contínua de abril, que trará informações sobre o mercado de trabalho formal e informal.
Na quarta-feira, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil criou 257,5 mil vagas formais no mês, segundo o Novo Caged — um crescimento de 7,3% em relação a abril de 2024 e o maior número já registrado para esse mês desde o início da nova série histórica, em 2020.
No acumulado de 2025, já são 922.362 postos com carteira assinada, atrás apenas do desempenho de 2024, quando foram geradas 965.818 vagas no mesmo período.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, os resultados indicam que 2025 deve terminar com um número de contratações “um pouquinho menor” do que o registrado no ano anterior.
Destaques corporativos
Nvidia: as ações da fabricante de chips de inteligência artificial subiram após a divulgação de uma receita trimestral acima das expectativas.
Azul: os papéis da companhia aérea caíram após a empresa pedir recuperação judicial nos Estados Unidos. Com isso, suas ações foram retiradas dos principais índices da B3.
Resumo dos indicadores
- Dólar:
- Semana: +0,87%
- Mês: +0,32%
- Ano: -7,84%
- Ibovespa:
- Semana: +0,77%
- Mês: +2,83%
- Ano: +15,47%
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio