Dólar recua com crise do IOF, revisão da Moody’s e tensões comerciais entre EUA e China; Ibovespa se mantém estável

Nesta segunda-feira (2), o dólar opera em queda de 0,78%, cotado a R$ 5,6734 às 10h19, após ter encerrado a última sexta-feira (30) com alta de 0,91%, a R$ 5,7180. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registra leve alta de 0,03%, aos 137.067 pontos, após queda de 1,09% no fechamento anterior, quando marcou 137.027 pontos.

Investidores acompanham de perto os desdobramentos da crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a mudança na classificação da nota de crédito do Brasil pela agência Moody’s e o agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Crise do IOF pressiona governo e afeta mercados

O aumento do IOF anunciado pelo governo federal em 22 de maio tem sido alvo de críticas e gerado instabilidade. A medida veio acompanhada de um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com o objetivo de equilibrar as contas públicas e atingir a meta fiscal.

A reação negativa do mercado e a pressão do Congresso levaram o governo a recuar parcialmente ainda no mesmo dia da publicação da medida. Parlamentares se mobilizaram para derrubar o decreto presidencial — algo inédito nos últimos 25 anos. Como resposta, o governo negociou com os presidentes da Câmara e do Senado um prazo de dez dias para apresentar uma alternativa que compense a perda de arrecadação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (2) que os ajustes tributários devem ser discutidos em conjunto com reformas estruturais. “Precisamos tomar uma decisão política do que será feito. Acredito que nesta semana poderemos resolver e melhorar tanto a regulação do IOF quanto tratar das questões estruturais”, afirmou.

Moody’s rebaixa perspectiva da nota de crédito do Brasil

Na última sexta-feira (30), a agência de classificação de risco Moody’s alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de “positiva” para “estável”, mantendo o rating soberano em Ba1 — um nível abaixo do grau de investimento.

A agência justificou a mudança com base na deterioração da capacidade do governo de controlar os gastos e pagar a dívida pública. Entre os pontos destacados, estão:

  • Avanço lento na redução da rigidez dos gastos públicos;
  • Limitações do governo para reduzir vulnerabilidades fiscais no curto prazo;
  • Estrutura da dívida pública, sensível às variações de juros e inflação.

Segundo a Moody’s, esses fatores afetam a confiança na política fiscal do país, comprometem o potencial de crescimento do PIB e dificultam o avanço das reformas econômicas.

Em nota, o Ministério da Fazenda reafirmou seu compromisso com a melhora dos resultados fiscais e com a continuidade das reformas estruturais para garantir crescimento sustentável e equilíbrio nas contas públicas.

Tensões entre EUA e China reacendem temores no mercado global

No cenário internacional, investidores acompanham os desdobramentos da política tarifária dos Estados Unidos. Na semana passada, a Justiça americana suspendeu grande parte das tarifas aplicadas desde janeiro a produtos de mais de 180 países — o que trouxe alívio temporário ao mercado.

Entretanto, no dia seguinte, o recurso apresentado pelo ex-presidente Donald Trump foi aceito pela Corte de Apelações do Circuito Federal, restabelecendo as tarifas. A decisão gerou nova onda de cautela entre os investidores, que temem impactos na inflação e no consumo nos EUA.

A situação se agravou com o anúncio de Trump sobre o plano de dobrar as tarifas sobre o aço importado, de 25% para 50%, além de acusações contra a China por supostas violações do acordo comercial. Em resposta, o Ministério do Comércio chinês classificou as acusações como “infundadas” e prometeu adotar medidas firmes para proteger seus interesses.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou no domingo que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, devem se reunir em breve para tentar resolver o impasse.

Desempenho do mercado
  • Dólar
    • Acumulado da semana: +1,28%
    • Acumulado do mês: +0,72%
    • Acumulado do ano: -7,47%
  • Ibovespa
    • Acumulado da semana: -0,58%
    • Acumulado do mês: +1,45%
    • Acumulado do ano: +13,92%

A combinação de incertezas fiscais no Brasil, com a crise do IOF e a revisão da Moody’s, somada às tensões comerciais entre Estados Unidos e China, tem exigido atenção redobrada dos investidores. O cenário permanece volátil, com o mercado reagindo a cada novo movimento político e econômico no Brasil e no exterior.

*Com informações da agência de notícias Reuters.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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