Dólar recua com foco nas contas públicas do Brasil e corte de juros na Europa
Dólar inicia o dia em baixa

Nesta quinta-feira (5), o dólar abriu em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,6251 às 9h05. Na sessão anterior, a moeda havia subido 0,17%, fechando a R$ 5,6447. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou a quarta-feira (4) com recuo de 0,40%, aos 137.002 pontos. As negociações da Bolsa de Valores só iniciam após as 10h.

Incertezas fiscais no Brasil preocupam investidores

O mercado segue atento à situação fiscal do Brasil. A frustração com a ausência de medidas concretas para conter o desequilíbrio das contas públicas continua gerando cautela entre os investidores. O governo federal tem sido pressionado a reverter o aumento do IOF e apresentar alternativas para compensar a perda de arrecadação. Um novo pacote fiscal, no entanto, só deve ser anunciado na próxima semana.

Corte de juros na Europa entra no radar

No cenário internacional, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua taxa básica de juros para 2% ao ano, após sinais de inflação controlada. Apesar do corte, a instituição afirmou que todas as opções seguem em aberto para as próximas reuniões.

Tensão com política comercial dos EUA

A política comercial dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, segue como ponto de atenção. O presidente norte-americano anunciou o dobro nas tarifas de importação sobre aço, alumínio e derivados — passando de 25% para 50%. A medida, que afeta diretamente o Brasil, reacende preocupações com os efeitos inflacionários e o risco de desaceleração global.

Além disso, Trump intensificou a pressão sobre outros países para renegociar acordos comerciais e criticou o presidente da China, Xi Jinping, chamando-o de “muito duro”, o que dificulta novos entendimentos com o gigante asiático.

A OCDE revisou para baixo a projeção de crescimento econômico global, estimando agora expansão de 2,9% para 2025 e 2026, devido às tensões comerciais.

Indicadores econômicos dos EUA mostram enfraquecimento

Dados divulgados na quarta-feira (4) reforçaram sinais de desaceleração da economia dos EUA. O relatório da ADP mostrou criação de apenas 37 mil vagas de emprego no setor privado em maio, número muito abaixo da expectativa de 110 mil. Além disso, o setor de serviços, medido pelo ISM, apresentou contração pela primeira vez em quase um ano.

O Livro Bege, divulgado pelo Federal Reserve (Fed), indicou queda leve na atividade econômica nos 12 distritos do banco central americano e destacou o aumento da incerteza política e econômica. O documento reforça um cenário de cautela entre empresas e famílias, com perspectivas levemente pessimistas.

Recuo parcial no IOF segue pressionando o governo

No Brasil, o aumento do IOF, anunciado duas semanas atrás junto com o bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento, ainda gera instabilidade. Após forte reação negativa do mercado, o governo recuou de parte da medida. O Congresso também iniciou movimentos para tentar derrubar o decreto presidencial — algo que não ocorre há 25 anos.

Para conter a crise, o governo negociou com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), um prazo de dez dias para apresentar uma proposta alternativa. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a solução já foi apresentada, mas só será divulgada na próxima semana.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também se manifestou contra o uso do IOF como ferramenta fiscal. “Sempre tive a visão de que a gente não deveria usar o IOF nem para questões arrecadatórias nem para apoiar política monetária”, disse em evento com analistas de mercado.

Desempenho dos indicadores

Confira o desempenho acumulado dos principais indicadores econômicos:

  • Dólar:
    • Semana: -1,28%
    • Mês: -1,28%
    • Ano: -8,66%
  • Ibovespa:
    • Semana: -0,02%
    • Mês: -0,02%
    • Ano: +13,90%

A combinação de instabilidades internas e pressões externas mantém os investidores em estado de alerta, com atenção redobrada às próximas decisões do governo brasileiro e à evolução do cenário internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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