Dólar sobe após dados positivos de emprego nos EUA; Ibovespa também avança com otimismo internacional

Câmbio e Bolsa: movimentos de alta nesta sexta-feira (6)
O dólar opera em alta de 0,23% nesta sexta-feira (6), cotado a R$ 5,5986 às 10h21. A valorização vem após a divulgação de dados positivos do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avança 0,25%, aos 136.577 pontos, revertendo a queda da sessão anterior.
Na quinta-feira (5), o dólar havia recuado 1,05%, encerrando cotado a R$ 5,5855 — o menor valor desde outubro. No mesmo dia, o Ibovespa fechou com baixa de 0,56%, aos 136.236 pontos.
Dados de emprego nos EUA animam investidores
O relatório Payroll, divulgado nesta manhã, revelou que a economia americana criou 139 mil vagas de trabalho em maio, superando as projeções do mercado, que esperavam 130 mil. A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,2%, pelo terceiro mês consecutivo.
Apesar da desaceleração em relação aos meses anteriores, os números afastam os receios de uma deterioração rápida na economia dos EUA. O desempenho do mercado de trabalho reforça a ideia de que a economia está desacelerando de forma controlada, o que pode permitir ao Federal Reserve (Fed) adiar cortes na taxa de juros. A expectativa é de manutenção da taxa na próxima reunião, com possibilidade de estímulos apenas a partir de setembro.
Trump e Xi Jinping: tensão e negociações comerciais
Na quinta-feira (5), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, conversaram por telefone sobre o acordo comercial temporário firmado em maio. Trump descreveu a conversa como “muito positiva” e sinalizou a continuidade das negociações.
A ligação ocorreu em meio a tensões entre os países, que envolvem disputas sobre minerais essenciais, questões geopolíticas como Taiwan e críticas ao modelo econômico chinês. Apesar de um acordo temporário ter sido assinado em maio para reverter tarifas, as preocupações dos investidores persistem quanto aos efeitos de uma possível guerra comercial.
Nesta semana, Trump também assinou decreto dobrando tarifas sobre importações de aço e alumínio para 50%, medida que afeta diretamente o Brasil. As novas taxas, atualmente suspensas, entram em vigor no dia 8 de julho.
Trump mira novos acordos com Alemanha e União Europeia
Além da China, Trump também manifestou interesse em novos acordos comerciais com a Alemanha e a União Europeia. Após encontro com o chanceler alemão Friedrich Merz, o presidente norte-americano declarou estar disposto a negociar, mas alertou sobre possíveis tarifas caso não haja consenso.
O ministro de Relações Internacionais da Itália afirmou que as negociações entre EUA e UE estão caminhando e que há otimismo sobre um possível acordo até o prazo final de 9 de julho, com tarifas recíprocas de 10% sendo discutidas.
Conflito entre Trump e Elon Musk influencia o mercado
O embate entre Donald Trump e o bilionário Elon Musk ganhou destaque nos mercados. O fundador da Tesla criticou o projeto orçamentário da Casa Branca, o que gerou reações duras do ex-presidente.
Trump se disse decepcionado com Musk e ameaçou encerrar contratos governamentais com as empresas do empresário. Musk respondeu pelas redes sociais, dizendo que Trump estava sendo ingrato, e afirmou que sem ele, o republicano teria perdido a eleição.
A troca de acusações evoluiu, com Trump ameaçando cortar subsídios e Musk insinuando ligações do ex-presidente com o escândalo Jeffrey Epstein. O conflito provocou forte queda nas ações da Tesla, que recuaram mais de 14% na quinta-feira.
Crise do IOF continua no Brasil e preocupa o mercado
No cenário interno, o impasse envolvendo o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) segue no radar dos investidores. O governo havia anunciado a alta como forma de compensar um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento, visando o cumprimento da meta fiscal.
A medida provocou reação negativa do mercado e do Congresso, que pressiona pela revogação do decreto. Como resposta, o governo negociou um prazo de dez dias com os presidentes da Câmara e do Senado para apresentar uma proposta alternativa de arrecadação.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a nova proposta já foi entregue internamente, mas será divulgada apenas na próxima semana. Até lá, o aumento do IOF segue em vigor.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também criticou o uso do imposto como ferramenta de arrecadação ou política monetária. Para ele, o IOF deve ter apenas função regulatória.
Desempenho acumulado
- Dólar:
- Semana: -2,32%
- Mês: -2,32%
- Ano: -9,62%
- Ibovespa:
- Semana: -0,58%
- Mês: -0,58%
- Ano: +13,26%
O mercado financeiro brasileiro opera nesta sexta-feira com leve otimismo, influenciado por dados positivos da economia norte-americana e sinalizações de avanços em negociações comerciais entre os EUA e outras potências. No Brasil, a incerteza fiscal e o impasse sobre o IOF ainda geram preocupação entre investidores.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio