Em comitiva com Janja, ministra Macaé defende valorização de artesãs em Turmalina (MG)

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania esteve em agenda oficial em Turmalina (MG), município localizado na região do Vale do Jequitinhonha, nesta quarta-feira (28). Acompanhada da primeira-dama Janja Lula da Silva e das ministras da Cultura (MinC), Margareth Menezes e da Igualdade Racial (MIR), Anielle Franco, Macaé Evaristo participou de atividades voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo e artesanato local, produzido majoritariamente por mulheres e que geram renda e subsistência para centenas de famílias da região.

“O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania está aqui, junto na luta com as comunidades pelo respeito à sua autodeterminação, às suas terras e ao seu direito de ter uma educação que dialogue com seus territórios e que dê uma vida digna às pessoas daqui”, defendeu a ministra Macaé.

A programação oficial da comitiva federal contou com visitas a ateliês de cerâmica e tecelagem, Roda de Conversa sobre o impacto do artesanato na vida das mulheres, além de um almoço na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Turmalina.

Ancestralidade

(Foto: Raul Lansky/MDHC)
(Foto: Raul Lansky/MDHC)

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania celebrou a memória, a ancestralidade e o saber matriarcal fundamental na formação das populações ao longo dos anos no território.

“Agora, a gente tem universidade, instituto federal, e estamos fazendo pesquisa, sistematizando os nossos conhecimentos, sempre com um pé no território e um pé no mundo, que é o que a gente quer fazer com o artesanato”, afirmou Macaé ao mencionar a conquista de polos educacionais na região. “Vamos fazer que o nosso artesanato chegue em vários lugares do mundo para apreciar a beleza da produção cultural do vale”, defendeu.

Orgulhosa da riqueza cultural carregada de identidade em cada peça artesanal produzida, Roberta Alves Silva, membro da Associação dos Artesãos de Turmalina, remontou parte da história das artesãs da cidade e contou que a atividade era feita pelas mulheres junto à rotina diária de cuidado com a casa, mas que, na década de 1990, elas perceberam a necessidade de se unirem em associações para fortalecer e dar suporte ao trabalho manual que produziam – que já movimentava a economia na cidade e nos seus arredores.

“No tempo das nossas antepassadas, nas casas não existia nada de louça, era tudo de barro. A panela para cozinhar o feijão, a paradeira e o buião para pairar e colocar o café, o coité – fruto usado como pote – e a chaleira, que ficava no canto da fornalha para o café não esfriar, a botija que levava a água pra roça, o pote que enchia de água e as palhas pra água ficar fria, e muito mais”, recordou.

Potencialidade feminina

(Foto: Raul Lansky/MDHC)
(Foto: Raul Lansky/MDHC)

A primeira-dama Janja informou que, neste terceiro mandato, o presidente Lula tem focado em incentivos para o empreendedorismo nos diversos territórios e elogiou as parcerias com instituições públicas e privadas do município para facilitar o acesso das artesãs aos recursos disponibilizados pelo Governo Federal para o setor. “Vocês precisam acessar esses recursos para poder desenvolver toda a potencialidade que vocês têm. E o Sebrae e a APEX estão aqui para contribuir com vocês”, afirmou.

Janja ainda anunciou que levaria as peças de artesanato produzidas pelas mulheres do Vale do Jequitinhonha na próxima visita oficial à França para entregar como presente à primeira-dama do país europeu Brigitte Macron, como um gesto para registrar internacionalmente o simbolismo, a representatividade e a identidade brasileira que, segundo ela, passa pelo trabalho produzido artesanalmente. “Esse território se desenvolveu a custo do trabalho das mulheres, de estarem ali no forno queimando as peças, de estarem no tear, criando essas peças maravilhosas e bordando”, finalizou.

Valorização do artesanato

(Foto: Cláudio Kbene/PR)
(Foto: Cláudio Kbene/PR)

Ao longo da agenda, que contou com demonstração de processos de produção artesanais de ceramistas e tecelãs, a ministra Margareth Menezes afirmou que o trabalho das artesãs é um testemunho do valor da arte e da cultura.

“É um valor transformador de vidas. E também tem a memória, porque esse processo é passado de geração em geração, então estamos aqui para prestigiar presencialmente e agregar mais valor a essa produção maravilhosa de Turmalina e de todo o Vale do Jequitinhonha”, disse. “Esse é o retrato da luta das mulheres, e de como as mulheres do nosso país sempre encontram formas de sobrevivência e de resiliência”, completou a ministra Anielle Franco.

As atividades, realizadas no dia em que se celebra a profissão de ceramista, se encerraram com visita à Igreja de Nossa Senhora da Piedade, e contou com a participação de diversas artesãs do município; da gerente de Competitividade da Apex-Brasil, Clarissa Alves Furtado; do Diretor-Presidente do Sebrae, Décio Lima; de Maria do Carmo Barbosa Souza, da Associação das Artesãs do Coqueiro Campo (Distrito do Buriti); de María Magdala Gomes dos Santos, da Associação de Artesãos de Campo Alegre (SOARTE); e de Anísia Lima de Souza Santos, da Associação dos lavradores e artesãos de Campo Alegre.

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Texto: R.M.

Edição: F.T.

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Fonte: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

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