Teve início nesta quarta-feira (14), no Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos da CONAB, em Brasília (DF), o 3º Encontro Nacional sobre Formação de Extensionistas e Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural, reunindo, de forma híbrida, cerca de 150 representantes de movimentos sociais, instituições de ensino, órgãos públicos e organizações parceiras do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Fruto da parceria entre o MDA e a Universidade de Brasília (UnB), no âmbito do Projeto ERA – Extensão Rural e Agroecologia, o evento segue até sexta-feira (16), com mesas temáticas, rodas de conversa e grupos de trabalho voltados à construção participativa do Marco de Referência para Ações de Formação de Extensionistas e Agentes de ATER.

Na abertura do encontro, a ministra do MDA em exercício, Fernanda Machiavelli, enfatizou a importância da troca de experiências e da construção coletiva para o fortalecimento da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER). “São os extensionistas e os agentes de ATER que suplementam as políticas públicas que vão promover a transformação dos sistemas alimentares, que vão permitir que tenhamos uma agricultura mais resiliente às mudanças climáticas, para que possamos produzir alimentos em maior quantidade e diversidade para enfrentar a fome e fazer a transição agroecológica no nosso país”, ressaltou.

Machiavelli destacou ainda o valor do encontro como espaço de construção conjunta entre diferentes atores da política de ATER, lembrando que o edital “Da terra à mesa Brasil”, promovido pelo MDA, está com inscrições abertas para projetos que articulem estruturação produtiva, formação e acompanhamento técnico. Segundo a secretária, essa é uma das estratégias pensadas para garantir sustentabilidade às políticas públicas no campo, deixando um legado consistente de valorização da agricultura familiar e da assistência técnica de base agroecológica.

O diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Secretaria de Agricultura Familiar e Agroecologia (SAF/MDA), Marenilson Batista, reforçou a importância de consolidar a Política Nacional de ATER com base nos saberes populares e na ciência. “Esse encontro é uma oportunidade estratégica para alinharmos nossas práticas, validarmos coletivamente o Marco de Referência e avançarmos nas estratégias de monitoramento das ações formativas. A formação de extensionistas precisa estar conectada aos territórios, aos saberes locais e às transformações que a agroecologia exige hoje no campo brasileiro”, afirmou.

A mesa de abertura também contou com a presença de representantes da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER), da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER), da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Assistência Técnica, Extensão Rural e da Pesquisa e do Setor Público Agrícola do Brasil (FASER) e de movimentos sociais. A secretária nacional de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar, Ana Terra, destacou o papel das cooperativas e associações no fortalecimento da produção de alimentos e da resistência no campo. “A agricultura familiar é o passarinho que fica, que resiste historicamente, que nos ensina a preservar o meio ambiente e garantir o prato de comida na mesa de todos e todas”, afirmou Ana Terra.

Para a representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), Vânia Marques, o Marco de Referência é um instrumento para qualificar e padronizar a formação de extensionistas em todo o país. Segundo ela, iniciativas como essa fortalecem a atuação técnica no campo e contribuem para levar práticas atualizadas e contextualizadas até os agricultores familiares. “A gente tem sempre que estar melhorando essa qualidade dos nossos extensionistas para que nós possamos levar sempre o trabalho de ponta para os nossos agricultores familiares. Isso é fundamental”, afirmou.

Ainda no primeiro dia foram apresentadas experiências nacionais e regionais na formação de extensionistas, como o Projeto Baraúnas dos Sertões, a Plataforma E-campo, da Embrapa, e ações voltadas à agroecologia e à assistência técnica em territórios indígenas. O encontro segue nos próximos dias com grupos de trabalho sobre o Marco de Referência, apresentação de iniciativas em territórios e debate sobre estratégias de monitoramento e avaliação da Política Nacional de ATER.

Foto: Elio Rizzo – ASCOM/MDA

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar