Entrepostos de SP e MG registram queda nos preços dos alimentos no primeiro mês de 2025

Em janeiro de 2025, tanto a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) quanto as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas) registraram quedas nos preços dos produtos comercializados. 

O índice de preços CEAGESP encerrou o mês de janeiro com variação de -5,52% ante uma variação de -3,26% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice apresentou variação de -0,31% e, com o resultado obtido, encerrou o período apresentando um acumulado de -5,52% no ano e 3,66% em 12 meses.

Thiago de Oliveira, chefe da Seção de Economia da CEAGESP, explica que o índice reflete a média ponderada dos preços, considerando a sazonalidade, a oferta e a demanda dos produtos. Ele é atualizado mensalmente e serve como um termômetro para entender as variações de preços no mercado atacadista. “Vários aspectos influenciam os preços dos produtos, como a sazonalidade, que faz com que a oferta de produtos comercializados varie ao longo do ano, dependendo das épocas de plantio e colheita.

Ele explica que, nos próximos meses, por exemplo, teremos os caquis, que terão como tendência aumentar cada vez mais a quantidade e qualidade, impactando nos preços de comercialização. “As condições climáticas também têm um papel importante, pois chuvas intensas no início do ano podem prejudicar a produção e a colheita das frutas e hortaliças, reduzindo a oferta e elevando os preços.” 

Por outro lado, condições climáticas favoráveis podem aumentar a produtividade e reduzir custos. “Produtos como batata, cebola, cenoura, quando chove acima da média nas regiões produtoras no momento da colheita, não se consegue entrar na lavoura, assim, tem menos produto sendo ofertado, impactando diretamente nos preços, que tendem a normalizar tão logo é feita a colheita destes itens”, explica. 

Para lidar com altas inesperadas nos preços, Thiago reforça que o consumidor pode adotar algumas estratégias, como diversificar a cesta de compras, optando por produtos da estação, que tendem a ser mais baratos e abundantes e de boa qualidade. “Acompanhar as publicações dos órgãos oficiais, como CEAGESP, CEPEA, que sempre divulgam informações a respeito. Outra dica é substituir produtos com preços acima da média por alternativas similares”, reitera. 

Queda de preços em MG

O preço do grupo de hortigranjeiros caiu 2% na CeasaMinas em janeiro, quando comparado com dezembro de 2024. A queda foi causada pela redução no preço dos ovos (-5,5%) e das frutas (-5,4%). Já as hortaliças tiveram alta de 4,2% em função da entressafra de alguns produtos importantes e também das chuvas. 

“As frutas vinham com preço muito alto por causa da demanda nas festas de final de ano. O mês de janeiro é um mês de férias escolares, de procura um pouco menor, e isso ajudou a baixar os preços das frutas. O limão tahiti entrou em safra em janeiro e ajudou na queda dos preços também. Além disso, banana nanica e mamão já estavam em safra, mantiveram boa oferta e por isso ficaram com preço bom para o consumidor”, Ricardo Martins, chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas.

Dentro do grupo das frutas o destaque foi o morango, que teve queda de 33,5%, com preço caindo de R$ 18,54 para R$ 12,32 o quilo, no atacado. Houve redução também no preço da banana nanica, que caiu de R$ 3,07 para R$ 2,75, uma queda de 10,4%. Outra fruta que caiu de preço no período analisado foi o limão tahiti (-28,1%). Em dezembro ele custava R$ 3,13 e em janeiro, R$ 2,25.

IPCA também recua

Em janeiro de 2025, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou para 0,16%, a menor taxa para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em 1994. O índice ficou 0,36 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de dezembro (0,52%). Com isso, o acumulado em 12 meses recuou para 4,56%.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar