Erva-mate sombreada é reconhecida como um patrimônio agrícola mundial pela FAO em Roma

O MDA apresentou o pedido para o reconhecimento da Erva-mate sombreada como um dos Sistemas de Patrimônio Agrícola de Importância Global (Globally Important Agricultural Heritage Systems – GIAHS). A matéria-prima do chimarrão a ser reconhecida faz parte de sistemas agroecológicos localizados no Paraná e guardam elementos culturais muito particulares da região.

A iniciativa é do Centro de Desenvolvimento e Educação dos Sistemas Tradicionais de Erva-mate, que desenvolveu uma série de estudos necessários para ingressar com o pedido na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Os sistemas tradicionais de erva-mate estão localizados em vários municípios do centro-sul e sudeste do Paraná, que incluem também 2 terras indígenas.

“A erva-mate carrega um grande valor para as populações do sul da América Latina”, disse Moisés Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental. Para ele, o reconhecimento da erva-mate sombreada ressalta aspectos importantes tanto de práticas rurais quanto de elementos culturais das populações que lá residem. Os sistemas produtivos do Brasil são diversos e únicos, e esse é mais um importante passo no reconhecimento desse nosso patrimônio”.

A erva-mate sombreada será o segundo sistema brasileiro reconhecido como um SIPAM. O primeiro foi o de Apanhadoras de Flores Sempre Vivas, de Minas Gerais, que atualmente integra uma lista com outros 85 sistemas provenientes de 26 países diferentes.

Ilex paraguariensis

A erva-mate é preparada através da colheita e torra de folhas de sua árvore para o preparo de infusões quentes e frias, como chá, chimarrão ou tererê. De raízes culturais indígenas, as práticas associadas à sua produção e consumo foram assimiladas ao longo da colonização europeia.

Além do cultivo da erva-mate, as famílias da região também cultivam frutas nativas, milho, feijão, arroz e hortaliças, além da criação de animais. Essa combinação resulta na diversificação da economia e apoia a segurança e a soberania alimentar

No entanto, a espécie mais importante para a complementação do cultivo da erva-mate sombreada são as araucárias. Quando cultivadas juntas, as duas espécies estimulam mais nutrientes da água e do solo, a polinização, além de produzir insumos e recursos para todos os cultivos. Como é detalhado no estudo apresentado à FAO, “ao compartilhar o mesmo espaço com a vegetação nativa, a produção tradicional de erva-mate apresenta níveis significativamente maiores de biodiversidade e cobertura florestal do que os sistemas de monocultura, além de sustentar muitos serviços ecossistêmicos, garantindo a continuidade de processos ecológicos essenciais para a flora e a fauna.”

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar

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