Exportações de café do Brasil caem 33% em maio, mas receita cresce com alta global dos preços

As exportações totais de café do Brasil — incluindo café verde, torrado e moído, além do solúvel — somaram 2,963 milhões de sacas de 60 kg em maio de 2025. O volume representa uma queda de 33,3% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando foram exportadas 4,446 milhões de sacas.
Apesar da redução no volume, a receita cambial registrou crescimento expressivo: US$ 1,243 bilhão em maio, um aumento de 21,1% em relação aos US$ 1,027 bilhão faturados em maio de 2024. Os dados foram divulgados no boletim mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nesta terça-feira, dia 10.
Acumulado do ano aponta retração nos embarques
No acumulado de janeiro a maio de 2025, o Brasil exportou 16,790 milhões de sacas de café, o que representa uma queda de 19,2% em relação ao mesmo período de 2024.
Por outro lado, a receita no mesmo intervalo alcançou US$ 6,483 bilhões — valor recorde para o período — com crescimento de 44,3% frente ao acumulado do ano anterior.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a queda nos embarques se deve à menor disponibilidade de café arábica, cuja colheita começou efetivamente apenas em junho, e à competitividade reduzida dos cafés canéforas brasileiros (conilon e robusta) em relação a origens como Vietnã e Indonésia.
Altas cotações globais impulsionam ganhos
Ferreira também explica que os recordes na receita são reflexo direto da valorização do café no mercado internacional. “Vivemos um período de perdas consecutivas no potencial produtivo ao longo de praticamente cinco safras, causadas por extremos climáticos. A menor oferta por parte dos maiores produtores — como Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia — provocou um aumento global dos preços e, como consequência, a elevação das receitas com exportações”, afirma.
Desempenho da safra 2024/25
No acumulado dos 11 primeiros meses do ano safra 2024/25 (julho de 2024 a maio de 2025), o Brasil exportou 42,968 milhões de sacas, com receita recorde de US$ 13,691 bilhões. Em relação ao mesmo período da safra anterior, houve leve queda de 2% no volume embarcado, mas um crescimento expressivo de 52,3% na receita obtida.
Ritmo da colheita é afetado por chuvas
As chuvas da última semana prejudicaram o avanço da colheita e da secagem dos grãos, especialmente do café arábica. Segundo levantamento semanal da consultoria Safras & Mercado, até o dia 11 de junho, 35% da safra 2025/26 havia sido colhida — avanço de 7 pontos percentuais em uma semana.
Esse ritmo está um pouco abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (37%), mas acima da média dos últimos cinco anos (33%).
Desempenho por variedade
Canéfora (conilon/robusta): A colheita atingiu 49% da produção total, favorecida pelo clima mais seco. No entanto, o ritmo ainda está ligeiramente abaixo do observado em 2024 (51%) e da média histórica de cinco anos (50%).
Arábica: A colheita está em 26% da safra, com avanço dificultado pelas chuvas nas principais regiões produtoras — como Sul de Minas, São Paulo e norte do Paraná. Ainda assim, o índice supera a média dos últimos cinco anos para o período (25%), embora esteja abaixo do percentual colhido em 2024 (30%).
Segundo o consultor Gil Barabach, o excesso de chuvas reduziu a intensidade dos trabalhos com arábica, comprometendo o ritmo da colheita nas últimas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio