Fertilizantes seguem em alta e pressionam margens dos produtores, aponta relatório do Itaú BBA

O relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, apresenta uma análise detalhada sobre o comportamento dos preços dos principais fertilizantes e seus impactos na rentabilidade do produtor. A publicação destaca que, em abril e na primeira quinzena de maio, os preços seguiram em trajetória de alta, enquanto as commodities agrícolas permanecem com valores estáveis ou em queda.
Potássicos acumulam alta de 24% no ano
Segundo o relatório, o mercado de fertilizantes potássicos manteve-se aquecido em abril. O cloreto de potássio (KCl) teve alta de 5,2% no mês e de mais 2,8% nos primeiros 15 dias de maio, atingindo a cotação de USD 365 por tonelada. Desde o início de 2025, o produto acumula uma valorização de 24%.
Fosfatados também sobem de forma consistente
O fosfato monoamônico (MAP), utilizado amplamente na agricultura brasileira, também registrou elevação nos preços. No porto, o MAP subiu 6,9% em abril e mais 2,5% na primeira metade de maio, alcançando o valor de USD 717,5 por tonelada.
Nitrogenados oscilam, mas ainda acumulam alta
Os fertilizantes nitrogenados, especialmente a ureia, tiveram forte aumento de preços em abril, com alta de 9%. No entanto, devolveram parte desses ganhos na metade de maio, com recuo de 1,9%.
Relação de troca desfavorável para o produtor
Apesar da valorização dos fertilizantes, os preços das principais commodities agrícolas não acompanharam esse movimento. Muitos produtos apresentam valores estáveis ou até inferiores aos praticados no início do ano. Com isso, a relação de troca — que mede quantos sacos de grãos são necessários para comprar uma tonelada de fertilizante — piorou significativamente.
MAP pressiona margens e relação se aproxima de níveis de crise
O relatório chama atenção para o impacto do preço do MAP, cuja relação de troca se aproxima dos níveis registrados durante a crise provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, em 2022. Mesmo os outros macronutrientes, com preços menos elevados, também apresentam relações de troca acima da média histórica, pressionando os custos de produção e comprimindo as margens dos produtores.
Oferta controlada e demanda aquecida sustentam preços
O cenário atual é caracterizado por forte demanda e oferta controlada, o que sustenta a elevação dos preços dos fertilizantes. No entanto, há expectativa de que a China retorne ao mercado internacional com exportações de nitrogenados e fosfatados, após atender a demanda doméstica para o plantio. Essa possível oferta adicional pode aliviar o cenário, mas, segundo o Itaú BBA, não deve provocar uma queda significativa nos preços no curto prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio