Futebol e proteção contra crimes: seminário aborda riscos e boas práticas no esporte

O uso do esporte para práticas ilícitas esteve no centro do debate do segundo dia do Seminário Internacional sobre Integridade e Prevenção à Corrupção no Esporte. O tráfico de pessoas, a exploração do esporte pelos grupos organizados, o controle do setor, a demanda e as medidas para proteger empresas e grupos de jovens vulneráveis no Brasil e no mundo foram os temas abordados na tarde desta quinta-feira (23) por especialistas do setor esportivo.
Na parte da manhã, as questões-chave foram os riscos de corrupção e fraudes nas transferências de atletas, além das melhores práticas para melhorar a transparência e a integridade nas organizações esportivas. Marina Almeida, coordenadora-geral de Combate ao Tráfico de Pessoas e ao Tráfico Ilícito de Migrantes, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, destacou a cartilha produzida pelo órgão com orientações para pessoas que saem do país para trabalhar no exterior, especialmente para jogadoras de futebol.
“Já houve casos comprovados de tráfico de pessoas no mercado do futebol. E, com o futebol feminino em ascensão, as mulheres se tornam um grupo vulnerável. Portanto, é de extrema importância informar sobre as possibilidades de migração segura e os riscos em relação ao tráfico de pessoas para meninas e adolescentes adeptas do esporte”, recomendou Marina. Segundo ela, é fundamental que clubes, federações e entidades alertem os jovens em diferentes espaços nos quais o futebol se insere, tanto na formação de atletas de alto rendimento quanto em projetos sociais, clubes associativos e futebol amador.
O secretário Nacional do Futebol e Defesa do Torcedor do Ministério do Esporte, Athirson Mazolli, destacou a parceria conjunta e um sistema de proteção aos atletas. “Uma parceria entre as instituições do futebol e o governo é essencial para combater crimes no esporte. Com o aumento da quantidade de meninas praticando o esporte, especialmente o futebol, precisamos estar alertas. Temos essa preocupação, pois sabemos como o esporte é grandioso, então precisamos fiscalizar e educar”, afirmou.
Crimes de corrupção
O secretário de Integridade Privada da Controladoria-Geral da União (CGU), Marcelo Pontes Vianna, apresentou no período da tarde as boas práticas desenvolvidas pelo órgão para proteger a administração pública contra os crimes de corrupção. Ele citou ainda os programas de integridade e as formas de recompensa para as empresas que já implementaram seus programas e adotaram práticas sustentáveis. “Nosso trabalho visa evitar que empresas se envolvam com práticas corruptas”, afirmou Marcelo.
O chefe adjunto do Gabinete de Ligação da Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), Arthur Whitehead, falou da perspectiva policial em relação aos crimes esportivos, abordando quando e como agir para combatê-los. Ele citou crimes como manipulação de resultados, doping, violência, exploração sexual, abuso sexual de crianças e tráfico humano. Além de mencionar casos envolvendo esses crimes, Whitehead também destacou a venda de atletas como uma forma de “escravidão moderna”, quando pessoas são vendidas em troca de serviços no setor esportivo.
Também compartilharam seus trabalhos no combate ao crime organizado e às diversas formas de corrupção o coordenador-geral de Articulação Institucional da ENCCLA, do Ministério da Justiça; o Gabinete de Ligação da Europol; a diretora de Ética e Conformidade da Conmebol, Graciela Garay; e o coordenador do programa da UNODC sobre Proteção do Esporte contra a Corrupção e o Crime Econômico.
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Assessoria de Comunicação – Ministério do Esporte
Fonte: Ministério do Esporte