Mapa de Aptidão Agrícola do Brasil é atualizado e já está disponível

O Brasil conta com uma nova versão do Mapa de Aptidão Agrícola das Terras, ferramenta estratégica desenvolvida pela Embrapa Solos em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O material, elaborado em escala de 1:500.000, oferece uma visão detalhada do potencial agrícola das terras brasileiras, considerando diferentes tipos de uso e níveis de manejo.

O mapa avalia a capacidade das terras para produção agrícola, pecuária e silvicultura, além de indicar áreas onde o uso agropecuário não é recomendado. A proposta é orientar políticas públicas, planejamento territorial e decisões dos produtores, promovendo o uso sustentável dos solos e a conservação dos recursos naturais.

A metodologia aplicada leva em conta as características naturais do solo, como fertilidade, disponibilidade de água, drenagem, suscetibilidade à erosão e condições para mecanização. Na avaliação específica para silvicultura, também são considerados os impedimentos ao enraizamento. Esses fatores recebem classificações que vão de nulo a extremamente forte, indicando o grau de limitação para cada tipo de uso.

O mapa traz ainda a classificação por três níveis de manejo. O nível A representa práticas agrícolas simples, de baixa intensidade tecnológica, geralmente aplicadas na agricultura familiar. O nível B reflete um manejo intermediário, com uso moderado de tecnologia e investimentos. Já o nível C corresponde à agricultura moderna, altamente tecnificada e com forte aplicação de insumos e equipamentos.

Para cada tipo de solo e condição de manejo, foram atribuídas as classes de aptidão agrícola: “boa”, “regular” ou “restrita” para uso com lavouras. Quando o solo não apresenta viabilidade para cultivo agrícola, o mapa sugere alternativas como pastagem plantada, pastagem nativa ou exploração florestal por meio da silvicultura.

A classificação também contempla áreas consideradas inaptas, que não possuem condições mínimas para atividades agropecuárias sustentáveis. Nestes casos, a recomendação é destinar os terrenos para preservação ambiental ou outros usos não agrícolas.

A elaboração deste mapa utilizou dados do Mapa de Solos do Brasil (IBGE), informações sobre áreas não desmatadas da Amazônia Legal, além de mapas de unidades de conservação e terras indígenas disponibilizados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Importante destacar que as áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, bem como as áreas não desmatadas da Amazônia, foram excluídas da avaliação de aptidão agrícola, reforçando o compromisso com a preservação ambiental.

O desenvolvimento do trabalho segue a metodologia do Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras, criada pela Embrapa, que permite transformar dados técnicos dos levantamentos de solos em informações práticas para planejamento e gestão do uso do solo. A análise considera critérios como tipo de solo, relevo, textura, presença de pedras, suscetibilidade à erosão e outros aspectos físicos que interferem diretamente na capacidade produtiva.

O estudo foi conduzido de forma integrada em todo o território nacional, reunindo dados atualizados de diferentes regiões do país. A versão atual representa uma segunda aproximação dos dados e ainda passará por uma nova etapa de aprimoramento para consolidar e refinar as informações.

O Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil está disponível gratuitamente na plataforma GeoInfo, da Embrapa, e no Portal de Dados da Plataforma Tecnológica do PronaSolos. A ferramenta é voltada para produtores rurais, técnicos, consultores, gestores públicos e privados, além de pesquisadores interessados no uso racional e sustentável das terras brasileiras.

Fonte: Pensar Agro

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