MCTI e CBPF inauguram Laboratórios de Quântica e IA e lançam pedra fundamental no Parque Tecnológico da UFRJ

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF)  inauguraram nesta sexta-feira (13), no Rio de Janeiro, dois laboratórios, de Tecnologias Quânticas e Inteligência Artificial para Física, na sede do CBPF, localizada no bairro da Urca, e também lançaram a pedra fundamental do novo edifício da instituição no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Cidade Universitária.

A ministra Luciana Santos destacou que as novas estruturas representam um marco para a ciência nacional e dão um passo estratégico no fortalecimento do Rio de Janeiro como capital da pesquisa de excelência e inovação em física. As novas instalações e a futura expansão posicionam o CBPF, unidade de pesquisa vinculada ao MCTI, como um hub de Física voltado ao desenvolvimento científico, tecnológico e inovador.

“Este momento simboliza mais do que a abertura de novas instalações. Representa um salto estratégico para o nosso país. Estamos plantando as sementes de um futuro onde a ciência de ponta será a alavanca para resolver desafios complexos da sociedade, desde a segurança cibernética até a exploração sustentável de recursos naturais”, pontuou.

A ministra também ressaltou a relevância do momento para a ciência brasileira: “Considero que este é um dia histórico. Mais uma vez, avançamos em uma política pública que tem se mostrado efetiva nos objetivos a que se propõe: aproximar cada vez mais a produção científica da inovação, para que ela se realize plenamente. Para que a inteligência brasileira se traduza em produtos e serviços para a nossa população. Vejo aqui a materialização de um projeto estratégico para o Brasil, que é justamente essa ponte entre a ciência e a sociedade”, afirmou.

A iniciativa acontece em um momento simbólico para o mundo: o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO).

Investimento

Os dois laboratórios receberam cerca de R$ 46 milhões em recursos do MCTI, por meio da Finep, além de outros investimentos oriundos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No total, de 2023 até agora, a pasta apoia, via Finep, cinco projetos com o CBPF, que somam em torno de R$ 60,5 milhões.

“Costumo dizer que as unidades de pesquisa e as organizações sociais vinculadas ao MCTI são verdadeiras joias, que nós precisamos valorizar. Por isso, desde que assumimos, procuramos ampliar as liberações de recursos do FNDCT para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação coordenados por elas”, enfatizou a ministra.

Luciana Santos comparou os desembolsos para as vinculadas nos anos recentes. “No período de 2019 a 2022, os desembolsos médios anuais para as unidades de pesquisa limitaram-se a R$ 90,3 milhões. Ao passo que, nos anos de 2023 e 2024, esses desembolsos anuais médios ultrapassaram R$ 768 milhões, o que representa uma evolução de quase 750%. Não é pouca coisa”, disse.

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Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

As novas instalações atuarão como propulsores nacionais para a pesquisa e inovação em Física. O Laboratório de Tecnologias Quânticas (QuantumTec) se destina à fabricação de dispositivos supercondutores – conhecidos como chips quânticos – SQUIDs (dispositivos de interferência quântica supercondutores, em tradução livre), amplificadores paramétricos, detectores de fótons, entre outros; e à comunicação quântica. Promove a integração entre nanotecnologia, IA, criptografia quântica e afins.

As linhas de pesquisa possuem recursos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Informação Quântica (INCT-IQ), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Petrobras.

Crédito: NCS/CBPF
Crédito: NCS/CBPF

O Laboratório de Inteligência Artificial para Física (Lab-IA) dedica-se à pesquisa e desenvolvimento de algoritmos para IA que respondam problemas em astrofísica, cosmologia, geofísica e petrofísica. O Lab-IA possui colaborações nacionais e internacionais, como o S-PLUS, o SOAR, entre outros; além de estar presente em parcerias para inovação com projetos com a indústria de óleo e gás.

A instalação conta com apoio do FNDCT, Finep, Faperj, Petrobras e CNPq. O Lab-IA está inserido no contexto do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que busca posicionar o país como referência mundial em inovação e eficiência no uso da inteligência artificial, especialmente no setor público.

Elias Ramos, presidente interino da Finep, destacou a importância estratégica do CBPF para o Brasil, especialmente nas áreas de tecnologias quânticas e inteligência artificial. “É muito bom testemunhar a expertise e a contribuição que o CBPF oferece ao país, particularmente na área de tecnologias quânticas, em que desenvolve projetos em rede com a participação de outras instituições de pesquisa do Rio de Janeiro. Essa mesma competência se revela em inteligência artificial, um tema estratégico para o Brasil, que está implementando o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). O CBPF terá um papel especial nessa agenda. Fico muito feliz em ver esse projeto de expansão em curso e seu papel relevante no avanço da infraestrutura nacional, como nas áreas de internet, comunicação e data center”, afirmou.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Márcio P. de Albuquerque, as inaugurações destacam o compromisso da instituição com o cenário científico e tecnológico nacional. “Os laboratórios vêm atender a uma demanda da sociedade. Precisamos ter pesquisa, tecnologia e inovação com temas estratégicos em prol do desenvolvimento do nosso país. Reafirmando nossa visão, o CBPF segue atuando na fronteira do conhecimento com as linhas estratégicas ao desenvolvimento nacional”, declarou.

Pedra fundamental no Parque Tecnológico da UFRJ

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Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)

À tarde, aconteceu a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do CBPF no Parque Tecnológico da UFRJ. A iniciativa simboliza a visão de futuro da instituição. Com mais de 10 mil m² e um investimento em torno de R$ 400 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o projeto será uma ponte direta entre a pesquisa de ponta gerada pelo CBPF e o ecossistema de inovação.

O secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes, destacou o compromisso do ministério com soluções institucionais pautadas pelo interesse público. “Desde o primeiro momento, o MCTI tinha a convicção de que, pautada pelo interesse público, haveria uma solução institucional que fosse boa e positiva para o Brasil e para suas instituições”, afirmou.

Ele também ressaltou o potencial do novo projeto de integração entre o CBPF e a UFRJ, destacando seu impacto estratégico no sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. “A UFRJ está iniciando um projeto de integração com o CBPF, que também amplia a conexão do centro com o sistema de ciência, tecnologia e inovação do Brasil como um todo, alavancando nossa participação em áreas de fronteira e em projetos de cooperação internacional. Estou muito alegre de estar aqui hoje, celebrando esse momento. Dessa pedra nasce um projeto de mobilização e parceria institucional que vai alavancar o desenvolvimento do Brasil”, completou.

O reitor da UFRJ, Roberto de Andrade, também celebrou a iniciativa: “O CBPF aqui na nossa universidade, no nosso parque tecnológico, tem tudo para dar grandes saltos e gerar soluções disruptivas. Nossa parceria tem sido muito exitosa — logo no início do meu mandato inauguramos o INPE, que hoje é uma potência, e agora estamos assinando um acordo para a criação de um centro de inovação. Esse ecossistema, com grandes físicos e pesquisadores, é extremamente promissor. Quero reiterar o compromisso da UFRJ com essa iniciativa. Contem conosco. Não tenho a menor dúvida de que ela trará grandes contribuições para o desenvolvimento social e econômico do país, em todas as áreas”.

A presença do CBPF no Parque Tecnológico permitirá a conexão mais ágil e eficaz entre as linhas de pesquisa com empresas, indústrias e áreas acadêmicas. Segundo o diretor do Parque, Romildo Toledo, a iniciativa consolida ainda mais a posição da instituição como referência em inovação integrada: “Hoje fortalecemos ainda mais o ecossistema de inovação do Rio e do Brasil. A instalação do Centro de Pesquisa e Inovação do CBPF no Parque Tecnológico da UFRJ, dedicado às áreas que impulsionam a fronteira do conhecimento, é a prova viva de que somos o território onde a pesquisa avançada e instituições de excelência convergem para impulsionar o desenvolvimento do país”, afirmou.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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