Mercado de milho segue travado no Brasil, enquanto cotações sobem na B3 e em Chicago

Apesar do avanço da colheita nas principais regiões produtoras do Brasil, o mercado do milho permanece travado, com pouca movimentação comercial devido ao impasse nos preços entre produtores e compradores. A consultoria TF Agroeconômica aponta que, no Rio Grande do Sul, as indicações de compra seguem estáveis, com leves ajustes: R$ 66,00 em Santa Rosa e Ijuí; R$ 67,00 em Não-Me-Toque; R$ 68,00 em Marau, Gaurama e Seberi; e R$ 70,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. No interior, pedidos de venda para entrega em junho variam entre R$ 65,00 e R$ 68,00, sem espaço para barganhas, já que os produtores não têm urgência para negociar.

Em Santa Catarina, o cenário é semelhante. A média estadual de preços encerrou a última semana em R$ 72,00, embora haja variações regionais. Em Joaçaba, o valor ficou em R$ 72,70; em Chapecó, R$ 77,13; Palma Sola (Coopertradição) marcou R$ 62,00; e em Rio do Sul (Cravil), R$ 66,00. A colheita avança e deve render um dos melhores resultados da história agrícola do estado, com produção estimada em 2,4 milhões de toneladas — um crescimento de 25% frente ao ciclo anterior, equivalente a mais de 300 mil toneladas adicionais.

No Paraná, a situação também exige cautela. O mercado se mantém lento, com produtores firmes nos preços e compradores mais hesitantes. Nos Campos Gerais, o milho disponível é ofertado a R$ 76,00 por saca FOB, com negociações pontuais atingindo R$ 80,00. Para entrega em junho com pagamento no fim do mês, as ofertas CIF giram em torno de R$ 73,00, principalmente para a indústria de rações.

No Mato Grosso do Sul, a irregularidade das lavouras e a lentidão do mercado exigem atenção redobrada dos produtores. Os preços registrados são: R$ 53,00 em Dourados, R$ 55,00 em Campo Grande, R$ 57,00 em Maracaju, além de R$ 55,00 em Chapadão do Sul e Sidrolândia.

Recuperação nas bolsas impulsiona preços

Após semanas de queda, o milho voltou a apresentar melhora no mercado físico e nas bolsas. De acordo com a TF Agroeconômica, os principais contratos da B3 encerraram a semana em alta, mesmo com a queda acumulada de -2,60% do dólar. O contrato julho/25 subiu R$ 1,65 na semana, fechando a R$ 64,60, enquanto o setembro/25 registrou ganho de R$ 1,11, encerrando a R$ 68,90.

No mercado físico brasileiro, a valorização foi de 0,84% na semana, o que representa um aumento de R$ 0,58 por saca, segundo o Cepea. A maior alta ocorreu na sexta-feira, impulsionada pela reativação da demanda para entregas futuras — especialmente para agosto e setembro —, o que indica uma retomada do interesse dos compradores e maior liquidez no curto prazo.

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o milho também fechou a semana em alta pela quarta sessão consecutiva. O contrato setembro/24 terminou a US$ 442,50 por bushel, alta de 2,36% na semana. O movimento foi impulsionado pelas chuvas excessivas no cinturão agrícola dos Estados Unidos, que aumentaram a incerteza sobre a área plantada e o potencial produtivo da safra. A expectativa agora se volta para o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que trará novas projeções para a produção americana e poderá impactar diretamente os preços globais.

No mercado de opções, os destaques foram para as calls de 450 de julho, com 7.060 contratos negociados, e as puts de 370 de dezembro, com 1.813. As opções com maior interesse em aberto são a call de 500 de setembro, com 40.319 contratos, e a put de 400 de dezembro, com 25.217.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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