Mercado do milho segue travado no Sul do Brasil e recua na bolsa com exportações lentas

O mercado do milho permanece estagnado em várias regiões do Sul do Brasil, afetado por clima incerto, baixa demanda e dificuldades na negociação de preços. Na B3, os contratos futuros fecharam em baixa, refletindo o ritmo lento das exportações brasileiras e a pressão internacional.

Situação no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, a comercialização do milho segue lenta, com preços estáveis, mas baixa liquidez. Segundo a TF Agroeconômica, as cotações se mantêm em torno de R$ 66,00 em Santa Rosa e Ijuí; R$ 67,00 em Não-Me-Toque; R$ 68,00 em Marau, Gaurama e Seberi; e R$ 69,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. No interior do estado, os vendedores pedem entre R$ 65,00 e R$ 68,00 por saca, enquanto em Panambi o preço de referência segue em R$ 61,00.

Mercado parado em Santa Catarina, apesar da safra recorde

Mesmo com a maior safra histórica, o mercado catarinense está parado devido à falta de acordo entre compradores e produtores. No Planalto Norte, os produtores pedem até R$ 82,00, mas as ofertas chegam a no máximo R$ 79,00. Em Campos Novos, os pedidos variam de R$ 83,00 a R$ 85,00, contra propostas de até R$ 80,00 CIF. A média estadual do preço do milho caiu para R$ 72,00, com variações regionais como R$ 72,70 em Joaçaba, R$ 77,13 em Chapecó, R$ 62,00 em Palma Sola e R$ 66,00 em Rio do Sul.

Paraná enfrenta clima incerto e baixa demanda

No Paraná, o mercado também está travado, mesmo com a expectativa de safra recorde. As cotações atuais variam entre R$ 59,36 e R$ 61,46 por saca, apresentando queda nas principais regiões produtoras. Nos Campos Gerais, o milho para entrega imediata é negociado a R$ 76,00 FOB, enquanto alguns produtores pedem até R$ 80,00. A colheita da segunda safra avança lentamente, com apenas 1% da área total colhida até o final de maio, conforme dados do Deral.

Mato Grosso do Sul aguarda colheita em meio a riscos climáticos

O mercado em Mato Grosso do Sul também está parado, aguardando o avanço da segunda safra. Os preços praticados são de R$ 55,00 em Dourados e Chapadão do Sul; R$ 59,00 em Maracaju; R$ 60,00 em Campo Grande; e R$ 61,00 em Sidrolândia. Os produtores estão preocupados com a chegada de uma frente fria que pode trazer geadas até o início de junho, especialmente porque grande parte das lavouras está em fase sensível.

Milho recua na B3 com exportações abaixo do esperado

Na bolsa de valores B3, os contratos futuros do milho encerraram o dia em baixa, pressionados pelo ritmo lento das exportações brasileiras, pela desvalorização do dólar e pela retração dos preços em Chicago (CBOT). Apesar da competitividade do milho brasileiro no mercado internacional, os embarques continuam aquém das expectativas, o que mantém uma boa disponibilidade interna neste início de colheita da safrinha.

Dados do Cepea indicam queda nos preços domésticos

Segundo o Cepea, o aumento da oferta devido à colheita da segunda safra tem deixado os vendedores mais flexíveis, enquanto os compradores adotam uma postura cautelosa, adquirindo volumes apenas para o curto prazo. Embora a possibilidade de geadas tenha oferecido algum suporte na semana passada, a expectativa é que a ampla oferta nacional continue a pressionar os preços para baixo.

Fechamento dos contratos futuros na B3
  • Julho/24: R$ 62,73 (queda de R$ 0,22 no dia e R$ 0,87 na semana)
  • Setembro/24: R$ 64,33 (queda de R$ 0,35 no dia e R$ 0,93 na semana)
  • Setembro/25: R$ 67,53 (queda de R$ 0,26 no dia e R$ 1,04 na semana)
Oscilação dos preços em Chicago (CBOT)

No mercado internacional, os preços do milho na CBOT tiveram oscilações mistas. O contrato de julho caiu 1,30%, fechando a 438,25 cents por bushel, enquanto o contrato de setembro recuou 0,59%, cotado a 420,75 cents. A queda foi influenciada pelo anúncio do aumento das tarifas sobre aço e alumínio pelo governo dos EUA, o que gera incertezas sobre os acordos comerciais com Europa, Japão e China — importantes consumidores de milho. Por outro lado, a forte demanda global e dúvidas sobre a área plantada nos EUA ofereceram algum suporte para os contratos com vencimentos mais longos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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