Mercado tem ajustes nas estimativas, mas sem impacto nos preços

A semana foi marcada pela divulgação de importantes atualizações nas estimativas de oferta e demanda de soja, tanto no cenário internacional quanto no brasileiro. Relatórios técnicos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxeram ajustes pontuais nas projeções, sem provocar alterações significativas nos preços do mercado.

No cenário global, o USDA manteve praticamente estáveis as projeções para a safra norte-americana 2025/26. A produção foi estimada em 118,11 milhões de toneladas, com produtividade média de 52,5 bushels por acre. O volume ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que aguardava 119,4 milhões de toneladas. Para a safra mundial 2025/26, a projeção é de 426,82 milhões de toneladas, acima dos 420,78 milhões previstos para 2024/25. Já os estoques finais globais foram ajustados para 125,3 milhões de toneladas, número um pouco superior às expectativas dos analistas.

Entre os principais países produtores, o USDA manteve as projeções para o Brasil em 175 milhões de toneladas na safra 2025/26 e 169 milhões na temporada 2024/25. Na Argentina, a produção foi estimada em 48,5 milhões de toneladas para a nova safra e 49 milhões para a atual. As importações da China seguem inalteradas, com previsão de 112 milhões de toneladas em 2025/26 e 108 milhões em 2024/25.

No mercado interno, a Conab revisou para cima a estimativa da safra brasileira de soja 2024/25. O volume agora é de 168,605 milhões de toneladas, representando um crescimento de 14,8% em relação à safra anterior, que fechou em 147,72 milhões de toneladas. O número supera a projeção divulgada no mês anterior, que era de 168,34 milhões.

O levantamento também aponta que a área cultivada no país teve expansão de 3,2% na comparação com o ciclo anterior, totalizando 47,62 milhões de hectares. A produtividade média foi estimada em 3.562 quilos por hectare, alta de 11,3% sobre o rendimento registrado na safra 2023/24, que foi de 3.201 kg/ha.

No que se refere ao mercado interno, não houve alteração nos estoques finais, que permanecem projetados em 8,03 milhões de toneladas. Também foram mantidas as previsões para esmagamento, em 67,75 milhões de toneladas (equivalentes a 2,490 bilhões de bushels), e para exportações, com expectativa de 49,4 milhões de toneladas (ou 1,815 bilhão de bushels).

Apesar dos ajustes técnicos nos números, o mercado reagiu de forma estável, sem oscilações expressivas nos preços. A leitura predominante entre os agentes do setor é de que as atualizações já estavam, em grande parte, precificadas e dentro das expectativas.

Fonte: Pensar Agro

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