Mineradora entrega óxidos de terras raras reciclados para projeto pioneiro do SENAI

Celebrando um marco histórico para a indústria brasileira, na última semana, em Lagoa Santa, Minas Gerais (MG), foi realizada entrega do primeiro lote de óxidos de terras raras obtidos por meio da reciclagem de ímãs permanentes. A iniciativa impulsiona no país o desenvolvimento das tecnologias de produção de imãs de terras raras essenciais para produção de motores de carros elétricos, turbinas eólicas, sensores e equipamentos eletrônicos.

Com apoio do Ministério de Minas e Energia (MME), a entrega simbólica ocorreu no âmbito da parceria entre a Viridis Mineração Ltda e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Os óxidos foram obtidos a partir da reciclagem de equipamentos descomissionados no Brasil, como aerogeradores, cujo processo foi realizado no exterior por meio da Viridion Rare Earths Technologies — parceria entre a empresa brasileira Viridis Mineração Ltda e a Ionic Rare Earths Ltd.

“A parceria das mineradoras de terras raras que operam no Brasil com o SENAI viabiliza o desenvolvimento no país das tecnologias de refino desses minerais e de produção de imãs permanentes”, destacou o diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral da Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Rodrigo Cota.

A empresa coletou os ímãs usados no Brasil como aerogeradores descomissionados e enviou ao centro tecnológico de Belfast, na Irlanda do Norte, para realizar o processo de reciclagem. Agora, foram devolvidos ao país os óxidos de terras raras obtidos, marcando um passo importante rumo à produção dos primeiros ímãs reciclados no Brasil e na América do Sul.

A tecnologia de reciclagem permite recuperar óxidos de terras raras com alta pureza a partir de resíduos industriais, promovendo uma cadeia produtiva mais limpa, eficiente e alinhada às metas globais da transição energética.

O CEO da Viridis, Klaus Petersen, destacou o potencial transformador da iniciativa. “Estamos muito entusiasmados com a possibilidade de trazer essa tecnologia para o Brasil. A meta é fechar o ciclo produtivo no país, desde a mineração até a fabricação de ímãs, com destaque para Minas Gerais como polo estratégico”.

O que são terras raras e por que importam?

Os elementos de terras raras são um conjunto de 17 metais, classificados em leves, como o praseodímio e o neodímio, e pesados, como o térbio e o disprósio.

As terras raras são chamadas assim devido à dificuldade de encontrá-las em formas puras, e raros são os depósitos com concentrações suficientes para sua exploração economicamente viável. Sua importância para a transição energética reside no fato de que os ímãs feitos com esses elementos são usados em motores de veículos elétricos, bem como em turbinas eólicas.

Em 2023, a demanda total por terras raras foi de 93 mil tons, dos quais 16 mil tons foram consumidos por tecnologias da transição energética. Espera-se, ainda, que em 2030 essas tecnologias demandem 46 mil tons de terras raras e 64 mil tons em 2040, um crescimento de 300% até 2040. A demanda por outras aplicações também crescerá bastante no período, de 76 mil tons, em 2023, para 105 mil tons, em 2040, um incremento de 38% numa base já robusta. Dessa forma, a demanda total chegará a 134 mil tons, em 2030, e 169 mil tons, em 2040.

O Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, com 21 milhões de tons, 23,3% do total, com grande potencial para ampliação dessas reservas. O país possui uma mina em operação em Goiás, que começou a operar em 2023, e pelo menos 12 projetos em fase pré-operacional nos seguintes estados: Bahia, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Amazonas.

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Fonte: Ministério de Minas e Energia

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