Ministério lança campanha de incentivo ao diálogo entre gerações como forma de enfrentar violência contra pessoas idosas

“Já interagiu com uma pessoa idosa hoje?” Essa pergunta inicia o vídeo da campanha do Junho Violeta intitulada “Entre Gerações – Laços que Protegem”, lançada nesta segunda-feira (9), pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado no dia 15 de junho.
A campanha aborda a importância do diálogo intergeracional com velhices diversas, como indígenas, quilombolas, ciganos e pessoas LGBTQIA+, e destaca que a conexão entre os mais jovens e pessoas idosas ajuda na criação de redes de cuidado e respeito, centrais no enfrentamento ao idadismo e às diversas violações à dignidade das pessoas idosas.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI) do MDHC, Alexandre da Silva, faz um chamado a todos. “Temos como objetivo principal desse convívio intergeracional a redução de todas as formas de violência. E eu quero convidar você a fazer parte disso. Vamos ver como nós estamos construindo as conexões intergeracionais e, principalmente, fazer essas trocas serem mais respeitosas, onde nenhuma pessoa sofra violações”, defende o titular da SNDPI.
Símbolo
O laço que simboliza a campanha representa a conexão fluida entre união e o cuidado, o afeto e a proteção mútua, por meio de linhas em movimento, reforçando que envelhecer é sinônimo de continuidade.
Números
Seguindo a tendência mundial, o Brasil tem apresentado um crescimento mais acentuado da população idosa na comparação com outros grupos etários. Em 2022, segundo o Censo Demográfico, esse grupo era constituído por cerca de 32,1 milhões de pessoas – aproximadamente 15% da população brasileira. Conforme projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o fim deste ano o Brasil poderá ter cerca de 35 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que corresponderá a mais de 16% dos brasileiros.
Segundo o Atlas da Violência 2025 produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a desigualdade racial é um fator determinante na mensuração das violências contra pessoas idosas. O estudo destaca que enquanto 55,7% da população brasileira se autodeclara como negra, entre os idosos o percentual é de 47,8%. De acordo com o levantamento, pode-se dizer que a velhice é branca e feminina.
Ao comparar a idade média ao morrer de pessoas negras e não negras em 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023 o Atlas aponta que o direito à vida tem sido usufruído diferentemente entre os sexos e os grupos raciais. “As mulheres morrem mais tarde do que os homens e os não negros mais tarde do que os negros. Quando esses diferenciais se cruzam, pode-se observar que, em 2023, uma mulher não negra morria 12,2 anos mais tarde do que um homem negro. A raça explica 58,9% deste diferencial e o sexo, os restantes 41,1%. Esta diferença diminuiu entre 2019 e 2023, uma vez que foi de 12,9 anos no primeiro ano. Esta redução foi, na sua maior parte, devida à redução nos diferenciais por raça”, diz o estudo.
A taxa de mortalidade por homicídio (registrado) de idosos por 100 mil habitantes foi 61,3% mais elevada para homens negros (14,2) do que para homens não negros (8,8) em 2023, segundo o Atlas.
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Texto: R.M.
Edição: L.M.
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