Ministra interina defende acesso a crédito e autonomia econômica de mulheres no Fórum de Microempreendedorismo

A ministra das Mulheres em exercício, Eutalia Barbosa, participou do Fórum Brasileiro de Microempreendedorismo, nesta quarta-feira (4), em Brasília. Representando a titular da pasta,  Márcia Lopes, ela falou sobre as articulações junto a outras pastas da Esplanada em defesa da autonomia econômica das mulheres. A ministra interina reforçou que o empreendedorismo feminino é feito por mulheres que ousam romper uma estrutura que historicamente oprime as mulheres no campo econômico e relatou que o desafio colocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ministra Márcia Lopes é avançar também na política de autonomia econômica e de cuidado para as mulheres.

“As mulheres formam a maioria da população brasileira e as contribuições de cada uma delas na economia e no desenvolvimento do país são muitas vezes invisíveis. Por trás de um trabalho de cuidado, de um empreendedorismo doméstico, há uma mulher pouco apoiada financeiramente nas políticas de acesso ao crédito, por exemplo. Ou seja, elas somam para a acumulação de riquezas do país, mas infelizmente não participam da distribuição igualitária delas para melhorar suas vidas”, enfatizou a ministra interina em sua fala inicial. 

O mundo do trabalho mudou, mas as mulheres não podem ser preteridas ou optarem pelo empreendedorismo como única opção, segundo Eutalia. Para ela, empoderar as mulheres para que atuem em grau de competitividade e colham os frutos desse trabalho está entre as prioridades do Ministério das Mulheres. 

“Mais de 10 milhões de mulheres são donas do seu próprio negócio, mas é um negócio lucrativo? Ele traz a inclusão socioeconômica de fato para essas mulheres? 51% das mulheres empreendedoras são chefes de família e o Cadastro Único e o Bolsa Família já mostram isso. 53% das mulheres empreendedoras são mães. 87% das mulheres empreendem por conta própria, às vezes sem apoio e dificuldade no acesso ao crédito. Então, queremos que as mulheres acessem o mercado de trabalho com qualidade, seja por meio de emprego formal, pelo empreendedorismo e cooperativismo. Queremos ampliar as iniciativas já existentes e melhorar a vida das mulheres e por consequência de toda a sociedade”, concluiu Eutalia Barbosa.

Outras manifestações

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, foi enfático ao citar que não basta apenas superar a pobreza e transferir renda, segundo ele, para se ter a sustentabilidade social e pleno desenvolvimento nacional há a necessidade da inclusão socioeconômica.  

“No emprego formal estamos alcançando bons resultados, a economia cresce e abre-se oportunidades. No empreendedorismo, temos 4,6 milhões de empreendedores oriundos do Bolsa Família e outros 19 milhões informais. Temos um desafio colocado, pois as novas gerações estão preferindo o empreendedorismo ao emprego. Por isso, foi criado o programa Acredita, para que quem optar por empreender tenha crédito adequado. Queremos um Brasil fora da linha da extrema pobreza e desenvolvido economicamente e socialmente”, declarou o ministro do Desenvolvimento. 

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, destacou os programas do governo federal para incentivar os negócios dos brasileiros e brasileiras. “A qualidade de antever o futuro é fundamental. O presidente Lula criou o MEI e o Simples Nacional em seus mandatos anteriores e nesta gestão criou este ministério. Neste dois anos vários programas específicos foram direcionados aos empreendedores como o Desenrola Brasil, que atingiu 183 mil empresas com R$ 7,5 bilhões de isenções, ou seja os pagamentos foram reduzidos 5% do valor original. E, aliás, estamos reeditando esse programa. Temos o Pró-Crédito 360, que emprestou, em 2024, R$ 2,6 bilhões para 90 mil empresas que faturam até R$ 360 mil. O Pronampe, que modificou seu formato e emprestou R$ 44,5 bilhões em dois anos para 600 mil empresas. Tudo isso para estimular o empreendedorismo brasileiro”, pontuou França. 

O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, fez suas saudações e salientou que o empreendedorismo é a cara do povo brasileiro. “Aqui estão aqueles que impulsionam o que é o retrato invisível da economia brasileira.O empreendedorismo é uma revolução do sistema capitalista. Ele é para aqueles que não se curvam e nem desistem, destaco aqui as mulheres empreendedoras. Esta é uma causa daqueles que não se resignam e manifestam a indignação sem perder o otimismo e a esperança de mudar a vida. A inovação e a tecnologia são vocações do povo brasileiro e esta é uma caminhada de  grande oportunidade para o Brasil”, disse Lima.  

Aliança Empreendedora

Realizado pela Aliança Empreendedora, o Fórum Nacional de Microempreendedores teve por objetivo discutir os principais desafios dos empreendedores de baixa renda e construir soluções para todo o ecossistema. O encontro reuniu autoridades do governo federal, gestores estaduais e municipais, além de micro e pequenos empreendedores e contou com palestras práticas, histórias reais e oficinas sobre gestão financeira, saúde mental, acesso ao microcrédito, empreendedorismo feminino, entre outros. 

Fonte: Ministério das Mulheres

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