MMA e parceiros apresentam proposta para reduzir emissões de mercúrio na produção de cimento

O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido, sigla em inglês) e a Universidade de São Paulo (USP) apresentaram, no dia 12 de maio, ao setor industrial, um projeto para reduzir as emissões de mercúrio na produção de cimento, em linha com as diretrizes da Convenção de Minamata.
O objetivo do evento foi abrir um espaço para contribuições e recomendações de atores-chave da cadeia produtiva industrial, com foco no setor de cimento, além de pesquisadores, poder público e sociedade civil.
Conhecido como Projeto GEF Controle e Redução de Emissões de Mercúrio da Indústria de Cimento no Brasil, a iniciativa foi apresentada durante workshop híbrido, na sede da MMA, e contou com contribuições de importantes agentes da indústria de cimento, além de apresentações técnicas sobre o projeto, que prevê um investimento direto de US$ 12 milhões para apoiar a sustentabilidade do setor ao longo de cinco anos.
O GEF primeiramente aprova um PIF (Projecto Identification Form), que é um projeto inicial para o país escrever o projeto completo. Assim que é endossado pelos parceiros, torna-se um projeto para execução. No momento, está sendo finalizado o projeto inicial para o GEF aprovar a versão ampliada.
O projeto visa implementar novos processos produtivos e soluções tecnológicas para tornar a indústria cimenteira brasileira mais sustentável, apoiando os compromissos do país na Convenção de Minamata.
O secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf, inseriu o projeto no contexto nacional mais amplo da descarbonização. “Este projeto não se trata apenas de emissões de poluentes. Ao abordar as emissões de mercúrio dos processos industriais, estamos também falando de descarbonização. As soluções tecnológicas que reduzem as emissões de poluentes são as mesmas que apoiam a descarbonização e o desenvolvimento de materiais alternativos “, explicou.
O GEF estima a redução de 3 milhões de toneladas de gás carbônico e 7,8 toneladas de mercúrio, por meio de um investimento direto de US$ 12 milhões do GEF ao longo de cinco anos. Também está previsto um cofinanciamento adicional de US$ 72 milhões de parceiros institucionais, elevando o orçamento total para US$ 84 milhões.
O projeto, cuja fase preparatória foi lançada em novembro de 2024, é liderado pelo MMA em parceria com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) e implementado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com financiamento do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). A iniciativa visa fortalecer a capacidade do governo brasileiro de monitorar e controlar as emissões de mercúrio na produção de cimento.
O representante da UNIDO no Brasil, Clovis Zapata, destacou a contribuição da organização ao projeto. “Este projeto é uma oportunidade concreta para demonstrar como o setor de cimento pode liderar a transição para uma indústria mais limpa e eficiente, alinhada a compromissos globais como a Convenção de Minamata”, disse.