Moody’s rebaixa perspectiva do rating do Brasil de positiva para estável e mantém nota em Ba1

A agência de classificação de risco Moody’s anunciou, nesta segunda-feira (2), a mudança da perspectiva do rating soberano do Brasil de positiva para estável. A nota de crédito de emissor de longo prazo em moeda local e estrangeira foi mantida em Ba1, assim como os ratings de títulos seniores sem garantia e o rating provisório sênior sem garantia, que seguem em (P)Ba1.
Motivos para a revisão da perspectiva
Segundo a Moody’s, a mudança para perspectiva estável reflete uma redução gradual dos riscos de crédito ascendentes, em razão de:
- Deterioração acentuada na acessibilidade da dívida pública;
- Avanço mais lento que o esperado nas medidas para conter a rigidez dos gastos públicos;
- Desafios na construção de credibilidade da política orçamentária, apesar do cumprimento das metas de saldo primário.
Ainda de acordo com a agência, o governo brasileiro enfrenta limitações para reduzir as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o endividamento no curto prazo, principalmente devido à estrutura rígida de despesas e ao aumento dos custos dos empréstimos.
Esses fatores, segundo a Moody’s, neutralizam os efeitos positivos de investimentos, o potencial de crescimento do PIB e a continuidade das reformas econômicas, que contribuem para a qualidade do crédito do país. “Em Ba1, avaliamos agora que os riscos de crédito estão equilibrados”, informou a agência.
Nota Ba1 é mantida pela Moody’s
A Moody’s explicou que a manutenção do rating do Brasil em Ba1 reflete:
- Crescimento sólido e sustentado da economia brasileira, que é grande e diversificada;
- Histórico comprovado de implementação de reformas ao longo de sucessivos governos;
- Baixa vulnerabilidade a choques externos, sustentada por uma posição externa sólida.
Por outro lado, a agência destacou como fatores de risco:
- Alto e crescente nível de endividamento público;
- Pagamentos de juros elevados;
- Estrutura orçamentária inflexível, que limita a capacidade de resposta do governo a choques econômicos.
Tetos de classificação do país permanecem inalterados
A Moody’s informou que os tetos de classificação do Brasil em moeda local e estrangeira não foram alterados:
O teto em moeda local está em A3, quatro níveis acima do rating soberano, refletindo a estabilidade externa e risco político moderado, apesar da grande presença do governo na economia.
O teto em moeda estrangeira segue em Baa1, um nível abaixo do teto em moeda local. Esse posicionamento considera as robustas reservas cambiais, que diminuem o risco de restrições a transferências e conversibilidade em períodos de tensão, além da abertura da conta de capital, equilibrada pela volatilidade do câmbio e por restrições a fluxos de curto prazo.
Ministério da Fazenda reage à decisão da Moody’s
Em resposta ao anúncio da Moody’s, o Ministério da Fazenda destacou, em nota, que a nota de crédito soberano foi mantida em Ba1, embora a perspectiva tenha sido alterada de positiva para estável.
A pasta reafirmou o compromisso com a melhora contínua dos resultados fiscais e com o avanço das reformas estruturais, consideradas essenciais para promover o crescimento econômico de longo prazo e garantir o equilíbrio das contas públicas.
“A condução desse processo tem ocorrido e continuará sendo feita com a colaboração entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional, que já demonstraram eficácia ao aprovar medidas relevantes, como a ampla reforma tributária”, ressaltou o ministério.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio