Preço do algodão no Brasil atinge maior média mensal em dois anos, aponta Itaú BBA

O relatório Agro Mensal, divulgado pela consultoria Agro do Itaú BBA, trouxe uma avaliação abrangente sobre o mercado do algodão, destacando o comportamento dos preços no Brasil e no exterior, além de projeções para a safra global.
Cotação internacional reage, mas segue abaixo de 2024
Após cinco quedas consecutivas, o algodão apresentou leve recuperação em abril, com alta de 0,6%, fechando o mês a US$ 66,05 por libra-peso em Nova York. O movimento foi considerado técnico, diante da desvalorização registrada nos meses anteriores.
Na primeira quinzena de maio, os contratos futuros avançaram 2%, chegando a US$ 67,35/lb. Apesar da alta, os preços ainda estão 13,4% abaixo do observado no mesmo período de 2024. O mercado segue pressionado por fundamentos baixistas, como um cenário global mais abastecido e a menor demanda de importação da China, principal consumidora mundial da fibra.
Brasil registra maior média mensal em dois anos
No mercado interno, o preço do algodão também subiu, impulsionado pela valorização em Nova York e pelo aumento nos prêmios da fibra, que estão positivos.
Em Rondonópolis (MT), os preços avançaram 0,5% em abril, alcançando R$ 4,03/lb. Em maio, a alta foi ainda mais expressiva: 2% na primeira metade do mês, com média de R$ 4,11/lb, a mais alta desde abril de 2023.
Produção brasileira se mantém estável com lavouras bem desenvolvidas
Segundo a Conab, o desenvolvimento das lavouras brasileiras segue positivo, com expectativa de produção de 3,9 milhões de toneladas. Cerca de 70% das áreas estão na fase de formação de maçãs e os 30% restantes em maturação. A área cultivada de algodão no país nesta safra é 7% maior em relação ao ciclo anterior.
Plantio dos EUA avança lentamente e área deve encolher
Nos Estados Unidos, o plantio teve início em abril e segue ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos, com 40% da área já semeada, frente a uma média histórica de 43%.
Para a safra 2025/26, a estimativa é de uma redução de 500 mil hectares, o que representa uma queda de 11% na área plantada, motivada pela relação de preços desfavorável do algodão em comparação aos grãos.
Safra global 2025/26 deve manter estoques elevados
As primeiras projeções do USDA indicam uma queda de 2,7% na produção global, com a oferta caindo para 25,6 milhões de toneladas, principalmente devido à normalização da safra chinesa.
Apesar da menor produção, o consumo deve subir 1,2%, totalizando 25,7 milhões de toneladas, o que mantém o equilíbrio entre oferta e demanda, mas com estoques ainda em níveis altos.
China deve produzir menos, mas manter importações
A China deverá colher 6,3 milhões de toneladas de pluma na safra 2025/26, contra 7 milhões na temporada anterior, devido à queda de produtividade, de 2,4 t/ha para 2,2 t/ha. Ainda assim, os estoques iniciais mais elevados devem manter as importações estáveis em 1,5 milhão de toneladas.
Chuvas beneficiam e preocupam lavouras brasileiras
As condições climáticas continuam favorecendo o desenvolvimento das lavouras no Brasil, inclusive nas áreas plantadas fora da janela ideal. As chuvas recentes contribuíram para a formação das maçãs nos ponteiros, mas também provocaram apodrecimento no baixeiro — especialmente em lavouras mais precoces.
O excesso de umidade preocupa produtores, pois pode afetar a qualidade das plumas nos capulhos já abertos.
Redução de tarifas entre EUA e China é vista como sinal positivo
Por fim, o relatório comenta que o acordo provisório de redução tarifária entre Estados Unidos e China, embora ainda sem impacto direto nos preços do algodão, é interpretado como um passo inicial para a retomada gradual do comércio de produtos têxteis entre os dois países.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio