Preços do trigo no Brasil seguem pressionados e paridade preocupa produtores

No Rio Grande do Sul, mesmo com uma recente queda nos valores, a combinação das vendas internas e interestaduais reduziu a disponibilidade do cereal. Isso pode levar os preços a se aproximarem da paridade de importação, que hoje apresenta uma diferença de R$ 210,00. Já no Paraná, os preços estão alinhados à paridade, sustentados pela chegada de cinco navios com trigo importado e pela alta recente do trigo argentino, que subiu entre US$ 3 e US$ 5 por tonelada na última semana.
Recomendações para compradores e vendedores
A orientação para quem precisa adquirir trigo é aproveitar os preços atuais. Para os produtores que já possuem estoque, a recomendação é segurar a venda por enquanto, aguardando possíveis valorização dos preços.
Perspectivas para a safra futura
Para a próxima safra, prevista para dezembro, o trigo argentino tem preço estimado em US$ 220 por tonelada — cerca de US$ 13 abaixo dos valores atuais, devido à expectativa de maior oferta. No entanto, há preocupação com a safra brasileira, principalmente no Rio Grande do Sul, onde o mercado discute a possibilidade de quebra, ainda não confirmada oficialmente pela Conab. Caso isso se confirme, os preços internos podem se manter em níveis elevados ao longo de 2026. Por isso, a recomendação para produtores é aguardar, pois os valores podem subir.
Fatores que pressionam os preços para cima
- Desvalorização do dólar frente ao euro;
- Forte desempenho das exportações norte-americanas, que alcançaram o melhor patamar em 12 anos para este período;
- Competitividade do trigo dos EUA, impulsionada por preços menores e câmbio favorável;
- Deterioração da safra francesa, que reduziu de 73% para 71% a proporção de trigo em boas condições;
- Perspectiva de redução dos estoques finais de trigo dos EUA, aguardada no próximo relatório do USDA.
Fatores que limitam a alta dos preços
- Expectativa de safra maior na Argentina, com aumento de 6,15% na área plantada;
- Retração da demanda interna por farinha no Brasil, o que amplia os estoques;
- No Rio Grande do Sul, ainda há cerca de 350 mil toneladas disponíveis, além dos estoques dos moinhos;
- Estabilidade do preço do trigo argentino e queda do dólar, que mantêm a paridade de importação baixa e freiam a alta dos preços internos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio