Produção de fécula de mandioca cresce no Brasil e atinge maior volume desde 2015, aponta Cepea

Moagem de mandioca volta a crescer e impulsiona produção nacional
A indústria brasileira de amidos de mandioca registrou aumento expressivo na moagem da raiz em 2024. De acordo com levantamento anual do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Abam (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca), foram processadas 2,97 milhões de toneladas da raiz — alta de 11,5% em comparação ao ano anterior.
Esse crescimento na moagem permitiu o avanço da produção de fécula, mesmo com menor teor de amido e rendimento industrial, alcançando 689,3 mil toneladas, um aumento de 10,4% em relação a 2023. Trata-se do maior volume registrado desde 2015 e o segundo ano consecutivo de crescimento.
Paraná lidera produção; MS e SP também ganham destaque
A distribuição da produção nacional de fécula manteve forte concentração regional:
- Paraná: 65,6% do total produzido;
- Mato Grosso do Sul: 21,3%;
- São Paulo: 9,7%;
- Demais estados (SC, BA, AL e PE): 3,4%.
Indústrias ampliam variedade de produtos derivados
Além da fécula in natura, as unidades industriais vêm ampliando sua linha de produtos. O estudo mostra que 38% das unidades fabricam ao menos um produto derivado, como:
- Amidos modificados
- Polvilho doce e azedo
- Misturas para pão de queijo
- Tapioca
A produção total desses derivados cresceu 28% em 2024, somando 367,7 mil toneladas.
Principais destinos da fécula produzida
Os setores que mais consumiram fécula de mandioca em 2024 foram:
- Massas, biscoitos e panificação: 26,9%
- Atacado: 13,1%
- Varejo: 6,6%
- Outras fecularias: 8,6%
- Frigoríficos: 6,5%
- Tapioca semi-pronta: 6,5%
- Indústrias de papel e papelão: 5%
- Químicas: 1,3%
- Demais destinos não especificados: 25,5%
Quanto às exportações, 23,3% das empresas venderam fécula ao mercado externo, com destaque para o Paraná (31,9% das exportadoras) e Mato Grosso do Sul (29,4%).
Queda nos preços afeta valor da produção
Mesmo com o aumento no volume produzido, o setor enfrentou queda nos preços. O valor médio nominal da fécula recuou 27,7% em 2024, o que impactou negativamente o Valor Bruto da Produção (VBP), que caiu 21,6% e foi estimado em R$ 2,08 bilhões — o menor patamar dos últimos dois anos.
Capacidade industrial e abrangência do levantamento
A capacidade instalada da indústria brasileira de processamento de mandioca foi de 24,9 mil toneladas por dia em 2024. O levantamento do Cepea e da Abam mapeou 88 unidades industriais, distribuídas em 64 municípios dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Alagoas, Bahia e Pernambuco, com concentração maior nas duas primeiras regiões.
Perspectivas para 2025 são otimistas
Os pesquisadores do Cepea projetam crescimento de 20,9% na produção de fécula para 2025, o que elevaria o volume total para 834 mil toneladas — caso a estimativa se confirme, será o maior avanço da década.
Até maio deste ano, a produção já somava 347 mil toneladas, 5,3% a mais do que o registrado no mesmo período de 2024. A expectativa também é positiva para os amidos derivados, cuja produção deve seguir em alta nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio