Soja sustentável: propriedades ligadas ao CAT Sorriso passam por auditoria para manter certificação RTRS

Durante os meses de maio e junho, propriedades rurais associadas ao Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso), no médio-norte de Mato Grosso, recebem auditorias externas como parte do processo de renovação da certificação RTRS (Mesa Redonda da Soja Responsável), referente à safra 2024/2025. A certificação segue padrões internacionais que avaliam mais de cem indicadores ligados a práticas agrícolas sustentáveis, responsabilidade social e ambiental, conformidade legal e infraestrutura das propriedades.

Auditorias avaliam rigorosamente práticas sustentáveis

A auditoria externa é conduzida por profissionais especializados, como Gustavo Carvalho, da certificadora acreditada FoodChain ID, e acompanhada pela equipe do CAT Sorriso, sob coordenação de Júlia Ferreira, gestora de certificação da entidade. Segundo ela, o CAT realiza todo o suporte técnico e documental aos produtores, além de intermediar a venda dos créditos de soja responsável na plataforma RTRS.

“No CAT, fazemos a gestão do grupo, o que inclui consultoria, auxílio documental, busca de mercado para venda de créditos e administração na plataforma”, detalha Júlia Ferreira.

Certificação gera ganhos financeiros e fortalece imagem do produtor

A certificação RTRS tem trazido resultados concretos para os produtores associados ao CAT Sorriso. Em menos de uma década, já foram distribuídos mais de R$ 11 milhões em créditos para os agricultores da região, comercializados por empresas internacionais como forma de compensação ambiental.

Somente em 2024, 44 propriedades certificadas produziram cerca de meio milhão de toneladas de soja com boas práticas e receberam aproximadamente R$ 3,8 milhões em bonificações. Atualmente, os associados ao CAT representam 7,42% dos créditos negociados globalmente na plataforma RTRS.

Santa Ernestina: exemplo de transformação com a certificação

Um dos destaques é a fazenda Santa Ernestina, localizada a seis quilômetros do centro de Sorriso. Com 2.000 hectares próprios e outros 800 arrendados, a propriedade é certificada pela RTRS desde 2018. A organização e o controle de processos têm resultado em ganhos operacionais e aumento de produtividade.

“A organização do recolhimento de embalagens, o manejo de agroquímicos e o controle de oficinas e combustíveis elevou não apenas a produtividade, mas também a qualidade dos processos”, afirma o produtor Clayton Tessaro, um dos proprietários.

Crescimento expressivo e reconhecimento internacional

A coordenadora do CAT Sorriso, Cristina Delicato, destaca o crescimento do programa: “Começamos em 2015 com nove produtores certificados e hoje já são mais de 40. Para a próxima safra, pelo menos dez novas propriedades devem aderir. Isso mostra que o produtor rural quer e pode ser valorizado pelas boas práticas”.

Para o consultor da RTRS no Brasil, Cid Sanches, o trabalho de base feito pelo CAT tem sido essencial para o sucesso da certificação. “Sem essa organização prévia, como documentação, imagens de satélite, licenças e registros, seria muito difícil expandir a certificação numa região tão estratégica como Sorriso”, reforça.

Sustentabilidade e rentabilidade caminhando juntas

A certificação RTRS reforça que é possível aliar responsabilidade socioambiental e retorno financeiro. O selo confere ao produtor uma inserção mais justa e transparente na cadeia de valor da soja, ao mesmo tempo em que oferece ao mercado produtos comprometidos com práticas sustentáveis.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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