Webinário sobre grupo técnico para controle das arboviroses debate organização da rede assistencial

O Ministério da Saúde realizou, na terça-feira (21), o primeiro webinário sobre a Organização do Grupo de Apoio Técnico Estratégico (GATE), iniciativa estratégica para o enfrentamento das arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, especialmente durante os períodos de sazonalidade.

O evento reuniu gestores, técnicos e profissionais da saúde de diversas regiões do Brasil e foi promovido em parceria pelas Secretarias de Atenção Primária à Saúde (Saps) e de Atenção Especializada à Saúde (Saes).

Durante o webinário, foram discutidas as principais fragilidades observadas no atendimento às arboviroses, como:

  • Dimensionamento inadequado de recursos humanos e físicos.
  • Fluxos desorganizados que misturam pacientes com e sem suspeita de dengue.
  • Falta de preparo das equipes para identificar sinais de alerta.
  • Demora de exames laboratoriais para tomada de decisões clínicas.
  • Orientação correta quanto a referência e contrarreferência dentro da rede.

O objetivo dos debates é superar esses desafios por meio do fortalecimento das redes de saúde, capacitação contínua dos profissionais e melhoria da comunicação entre vigilância e assistência.

Destaques do evento

A diretora da Secretaria da Atenção Primária – SAPS, Evelyn de Sá, destacou a importância da articulação entre os diferentes níveis de atenção à saúde, afirmando que “a integração entre vigilância e assistência é essencial para um enfrentamento eficaz das arboviroses”. Já a Dra. Lúcia Silveira, consultora técnica do Ministério da Saúde, reforçou que o GATE é uma ferramenta indispensável para alcançar a mortalidade zero por dengue, salientando que o grupo deve atuar como um condutor estratégico das ações de saúde nos territórios.

Outro ponto destacado foi o papel dos municípios com populações indígenas, onde a participação de representantes da saúde indígena (SESAI) no GATE é fundamental para garantir fluxos adequados e o atendimento às especificidades dessa população.

Próximos passos

O Webinário foi o primeiro de uma série de encontros planejados para apoiar gestores na implantação do GATE. Além de atividades virtuais, estão previstas visitas técnicas presenciais e a elaboração de materiais formativos para orientar estados e municípios na estruturação de suas redes assistenciais.

A diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU), Aline Costa, anunciou que o próximo Webinário abordará a organização dos serviços de saúde para enfrentamento de epidemias, com foco em planejamento estratégico, orçamento e gestão de recursos.

Contribuição do GATE para a resiliência do SUS

Os participantes enfatizaram que a criação do GATE vai além da resposta às arboviroses, sendo também um instrumento para fortalecer a resiliência do SUS frente a emergências de saúde pública, como desastres naturais e epidemias. O GATE promove o planejamento antecipado e a execução de estratégias baseadas em evidências, a fim de que a rede assistencial esteja preparada para situações de crise.

Assista ao webinário 

O que é o GATE e qual a sua importância?

O GATE é uma ferramenta essencial para a organização do cuidado e a promoção de respostas rápidas e eficazes em momentos de crise sanitária, através de uma preparação prévia da rede assistencial e das equipes assistenciais.

O grupo é composto, no mínimo, por profissionais ligados à vigilância local, atenção primária e rede de urgência, podendo contar com outros atores conforme a rede assistencial local, sendo responsável por fortalecer a articulação entre esses setores que estão diretamente ligados ao enfrentamento à endemias e epidemias.

A principal missão do GATE é auxiliar estados e municípios no planejamento, capacitação e apoio na implementação de estratégias que melhorem a qualidade da assistência prestada aos pacientes acometidos por alguma arboviroses, reduzindo internações e óbitos. Entre as suas atribuições estão:

  • Monitoramento dos polos de hidratação e quantitativo de atendimentos.
  • Organização de fluxos independentes para estadiamento correto das arboviroses.
  • Capacitação das equipes de saúde para diagnóstico precoce e manejo clínico adequado.
  • Apoio às ações de regulação de leitos e à continuidade do cuidado nos territórios.
  • Promoção do diálogo entre os diferentes níveis de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).
  • Avaliar o cenário apresentado e repensar ações junto à gestão.
  • Trabalhar junto à Central de Regulação de leitos e Núcleo Interno de Regulação (NIR) das unidades; 

Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde